13 de mar. de 2015

A energia e o futuro

O reajuste da tarifa de energia e a crise hídrica no Brasil já dispararam na indústria o alerta vermelho e, na população, certamente, uma sensação de caos.
Alguns Estados estão revendo as perdas no serviço de fornecimento de água, sabendo que ainda representam altos percentuais, como também estudam outras matrizes energéticas para diminuir a dependência das termelétricas. O investidor privado, contudo, está um pouco sozinho nisso e, lá na ponta, o povo sabe que vai pagar alto por tudo que consome.
Pensando nesse contexto, ouso sugerir que grandes revoluções nesse setor sejam realizadas com pequenas medidas que tornem a tecnologia de racionalização de consumo mais acessível ao homem comum. E que o Estado estenda a mão àqueles que tenham a ousadia de investir em fontes renováveis de energia porque tem esse papel, além de atrair investimentos, gerar empregos e arrecadação.
Não raro surgem propostas legislativas que obrigam o reúso de água da chuva nos prédios públicos, que devem ser ecossustentáveis. Elogiosas iniciativas que, na prática, esbarram na burocracia estatal de quem regulamenta e de quem fiscaliza. Se, para essas edificações, pouco se obtém em práticas sustentáveis, quem constrói ou investe pensando nisso o faz isoladamente, sem qualquer incentivo ou perspectiva de benefício individual ou coletivo, além da própria convicção.
Esse pensamento de que o crescimento econômico deve ser direcionado às pessoas já foi exposto nos anos 1970, durante as crises do petróleo, que, por ironia, continua sendo uma das principais commodities energéticas das economias desenvolvidas. O Negócio É Ser Pequeno, de E. F. Schumacher, pregou uma forma diferente de organização, em que o desenvolvimento sustentável está relacionado ao desenvolvimento local.
Normas precisam ser customizadas prevendo soluções simples, sem grandes e rebuscados vocabulários, assim como cada topografia deve ser atendida para permitir o uso racional dos recursos. Energia eólica não é miragem de paisagem holandesa e nossas concessionárias precisam atentar para isso. Afinal, é preciso acordar antes de procurar culpados.
Fonte: A notícia - OPINIÃO

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