Se os políticos
nordestinos, principalmente os governadores dos três últimos estados, tivessem
realmente prestígio com o Governo Federal já estariam se mobilizando pra que
fosse revertida ou dada uma resposta pra o problema das duas refinarias que a
Petrobrás acaba de anunciar que ficaram no meio do caminho, desativadas, a
primeira no Maranhão e a segunda no Ceará. É que no anunciado balanço do
terceiro trimestre do ano passado a empresa informou uma redução dos
investimentos previstos, algo em torno de R$2,56 bilhões.
Este montante de
recursos seria aplicado na instalação de duas refinarias, a primeira no
Maranhão, região de Bacabeira, 60 quilômetros da capital São Luiz. Havia previsão
de abertura de mais de 25 mil empregos entre diretos e indiretos. Muita gente
do setor hoteleiro já havia antecipado a abertura ou a expansão de negócios,
construção de resorts com 150 quartos e coisa e tal. Com a desativação da
refinaria a vaca está no brejo somente com o rabo de fora.
No Ceará a refinaria da
Petrobrás seria a 60 quilômetros da capital Fortaleza, na região do porto de
Pecém. Muita gente, assim como no Maranhão, já havia aplicado muito dinheiro
expandindo ou abrindo negócios, pequenas indústrias, supermercados, hotéis,
motéis, shopping centers, tudo se imaginando que seriam investimentos pra 90
mil empregos diretos e indiretos. A Petrobrás investiu R$2,75 bilhões nas obras
das refinarias que juntas haveriam de processar algo em torno de 900 mil barris
de petróleo por dia.
Estes projetos, segundo
a empresa, foram cancelados porque os resultados econômicos não demostraram
atratividade e o Ministério de Minas e Energia considera este momento
extremamente delicado. A Petrobrás está saqueada por um dos maiores esquemas de
corrupção da história do Brasil. Mas ao que parece a coisa vai ficar naquela
base do deixa por isso mesmo. O Piauí, todo mundo sabe, acaba com este
cancelamento das refinarias do Maranhão e do Ceará sendo muito prejudicado.
Geográfica e
economicamente porque num raio de, salvo engano mais de mil quilômetros entre
as duas obras, perde investimentos de médio tamanho, principalmente sua região
norte, incluindo Parnaíba e sua capital Teresina. Investimentos que seriam
puxados pela proximidade e no meio dos dois projetos. Claro que de médio
tamanho, mas importantes pra o aquecimento da economia regional. E nessa
situação estamos mais uma vez diante de mais uma perda dupla e imediata de
investimentos industriais importantes.
Porque pela altura em
que se encontram as labaredas tomando conta da corrupção na Petrobrás ninguém
quer segurar ou retirar esta panela fumegante de cima das trempes porque tem
medo de queimar os dedos. E a queima ainda há de ser grande. Coisa de passar
dias ou até meses. Muita gente ainda vai entrar neste inferno e onde muita
gente já está. Mas os três governadores nordestinos têm a obrigação de exigir
reparos. Essa justificativa de “resultados econômicos não demostrarem
atratividade” e “momento delicado” é apenas pretexto pra isolar essa região. Eu
bem que gostaria que estes três governadores fossem exigir respostas do Governo
Federal. Mas tenho certeza que eles, se forem, na volta vêm com o rabinho entre
as pernas e satisfeitos com a desculpa.
E vão procurar, igual cachorro de pobre quando se bate o pé pra ele, um
lugar aquecido entre as trempes frias e os tições apagados.
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