7 de jan. de 2015

Um novo paradigma científico e religioso

Há grande manipulação por traz da expressão “mistérios insondáveis de Deus”. De fato, a limitação humana não abarca a imensidão infinita do Criador do Universo. Mas o limite do que podemos compreender sobre Ele é bem maior do que profetizam alguns líderes religiosos. Há um novo paradigma científico capaz de demonstrar que fenômenos antes tratados como milagres são explicáveis, sem contradição com o conceito do divino.

Há que se registrar a existência de líderes religiosos sérios. Porém, é inegável a existência de pregadores que, ao invés de trazer uma mensagem libertadora à humanidade sedenta, fazem questão de ameaçar com o fogo eterno todos os que ousam subir um degrau no entendimento sobre os mistérios da vida. E, para silenciar quaisquer questionamentos incômodos a respeito da realidade, basta dizer: “são os mistérios insondáveis de Deus”. É só repetir o refrão, já associado ao medo milenar, para que reine o silêncio.

Aos que compreendem a influência do assunto nos nosso problemas, é recomendado pesquisar a experiência da Dupla Fenda. Nela, comprovou-se que um único elétron (um dos tijolinhos formadores do que se chama de matéria) consegue passar por duas fendas ao mesmo tempo. Numa escala maior, seria como se uma bola de bilhar pudesse passar por duas janelas simultaneamente. Este foi um dos fundamentos para o surgimento da Física Quântica, ciência que contribuiu para a criação de satélites e celulares, tecnologias provavelmente classificadas como milagrosas em séculos passados. Aos interessados em se aprofundar no assunto com uma explicação simples, busquem o documentário “Quem Somos Nós” no YouTube.  

Num primeiro momento, é difícil compreender as implicações da experiência. Mas é extremamente doentio ter conhecimento de um estudo dessa magnitude e não se aprofundar nele para, ao menos, formar uma opinião. Quem assim procede fica alheio à própria realidade e à mercê de discursos de líderes interessados somente em poder. Aos que imaginam um Deus distante e punidor, se impõe o sofrimento. Aos que sabem do Deus amoroso que habita dentro de nós, o autoconhecimento é o alívio.


*Cássio Gonçalves é músico e jornalista

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