O Ministério das Cidades determinou, nesta segunda-feira (5), a suspensão por 90 dias da resolução que obriga os veículos a circularem com extintores de incêndio com carga de pó ABC. A intenção é dar mais prazo para os motoristas se adaptarem. Decisão ainda vai ser publicada no Diário Oficial da União.
O Brasil é um dos poucos países a exigir os extintores automobilísticos. E alguns especialistas acreditam que a medida não garante segurança em casos de incêndio.
Todo mundo sabe que tem que ter extintor dentro do carro. Mas nem todo motorista sabe onde fica.
Sobram os condutores atentos, observadores da lei e dos prazos no cilindro. Mas se o carro pegar fogo, eles vão saber o que fazer?
O extintor normalmente fica esquecido debaixo do banco. E, no momento de necessidade, é difícil encontrar um motorista que saiba usá-lo. Mesmo assim, o Brasil é um dos poucos países que exigem a presença dele dentro do carro. Essa lei tem mais de 40 anos. E até hoje se discute se essa obrigatoriedade faz sentido ou não.
O extintor é obrigatório também na Bélgica, na Bulgária, na Polônia e na Romênia, por exemplo. Mas grandes fabricantes de automóveis como Alemanha, China, Japão, Suécia e Estados Unidos não fazem essa exigência. Na Inglaterra, os extintores precisam estar apenas em ônibus e táxis.
"Vários países deixaram de usar o extintor a partir do instante em que se saiu do carburador e caminhou para a injeção eletrônica. A injeção eletrônica, aliada aos dispositivos no tanque, que impedem que ele exploda, que ele vaze quando passa por capotamento", explica o engenheiro da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade Francisco Satkunas.
O representante da Sociedade Brasileira de Engenheiros da Mobilidade critica obrigatoriedade do extintor, sem a exigência legal de que os motoristas saibam a usá-lo. Nenhum treinamento é exigido. Os bombeiros concordam.
"O mero fato de possuir extintor não significa que o indivíduo vai saber utilizá-lo", afirma o tenente do Corpo de Bombeiros Tiago Martinez.
O Conselho Nacional de Trânsito afirma que o extintor é eficaz e necessário para a segurança. A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, também defende a exigência, porque, segundo a Abrabet, os carros que rodam no Brasil são mais antigos e não são tão seguros.
“A segurança é precária. Se a segurança é precária, nós temos que intensificar equipamentos, colocar equipamentos nesse veículo para aumentar a segurança e nos proteger”, avalia Dirceu Rodrigues Alves Junior, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego.
O extintor no é lei, então a motorista Thalita Vieira cumpre, mas não se sente mais segura por estar ali. “A orientação é muito mais coerente do que a simples penalidade, multa ou a infração por si só”, ela destaca. (Globo.com)
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