3 de jan. de 2015

SEDE DE PODER


Por:Zózimo Tavares(*)

Não sei ainda o que teme o governador Wellington Dias em seu terceiro mandato. Ele montou um secretariado eminentemente político. Já formou uma maioria esmagadora na Assembleia Legislativa, apesar de sua coligação ter feito apenas dez deputados. No Congresso Nacional, conta com os três senadores e mais oito dos dez deputados federais.
As condições políticas de governabilidade estão, portanto, criadas. Mais que isso: elas são confortáveis. O governador acha, porém, que é pouco. Antes da posse, quis mandar também na Associação Piauiense de Municípios (APPM). Para tanto, apoiou dois candidatos de oposição à presidência da entidade. Perdeu.
Agora, o governador investe tudo na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Não está bem claro se sua determinação é eleger o petista Fábio Novo como novo presidente da Casa ou derrotar o atual presidente, deputado Themístocles Filho (PMDB). Como sabe, porém, que a Assembleia é incorrigivelmente fisiologista, as chances de sucesso nessa nova empreitada são grandes.
O deputado Themístocles Filho (PMDB) cumpre o seu quinto mandato consecutivo como chefe do Poder Legislativo. Nesse período, jamais criou dificuldade para qualquer governador ou para seus companheiros de parlamento. Foi um aliado dedicado de Wellington. Pelo visto, no entanto, não atende aos interesses do governador em seu novo mandato.
Em sua estratégia de poder, Wellington Dias já tem engatilhado um novo projeto: eleger o futuro conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Embora a indicação seja da Assembleia, ele já puxou um nome do bolso do colete e vai bancá-lo. Alguns deputados estão fazendo beicinho, porém, na Hora H, não deixarão de referendar o eleito do governador.

O Wellington Dias que inicia seu terceiro mandato de governador volta mais experiente, com mais traquejo político e também com mais sede de poder. Para manipular à vontade os votos da Assembleia, começou encharcando a Casa de suplentes e agasalhando deputados em seu secretariado, num loteamento de cargos jamais visto.

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