Não tem quem me tire da
cabeça de que essa miséria, esta, com licença da palavra, esta desgraça em que
vive o Piauí enterrado há décadas tem como responsáveis principais seus
políticos. Dizendo isso eu não estou acrescentando nenhuma novidade pra aqueles
que sabem das nossas dificuldades. Políticos piauienses são na essência,
políticos de carreira. Política num estado pobre como o Piauí é profissão,
coisa de família, de raiz, herança.
Poucos políticos no
Piauí tem comprometimento com a classe empresarial, principalmente a indústria,
que é no meu parco entendimento, a base da economia de qualquer estado,
universal, a atividade que emprega mais gente, renova e estimula o comércio
pela oferta dos bens de consumo e acima de tudo exige uma renovação da
tecnologia. Mas ao que parece os políticos desconhecem estes preceitos.
Desconheço aqui no Piauí este ou aquele político, bem sucedido, bom empregador,
vindo da classe empresarial.
O Piauí já perdeu e não
foram poucas as chances imensas de crescimento porque não tem entrosamento
nenhum com a classe empresarial. Governadores, deputados estaduais, federais e
senadores, desde que o Piauí é este estado de calamidade e de miséria, nunca
tiveram audácia suficiente pra avançar em políticas de incentivo ao
desenvolvimento. E olhe que já foram várias as leis de incentivos fiscais
incorporadas ao cotidiano, mas ao que parece, pouco ou nenhum efeito positivo
tem ou tiveram.
Mas voltando ao perfil
dos políticos piauienses, doloroso é repetir, poucos têm aptidão ou vem de
alguma atividade produtiva. São políticos de carreira, desses que somente
pensam e vivem correndo atrás de eleição. Não tem comprometimento com a
iniciativa privada e quando têm, é somente pra tirarem vantagens. E se esses
políticos desconhecem os mecanismos da complexa atividade geradora de riqueza,
a indústria e o comércio, eles certamente são responsáveis pela pobreza do
Piauí.
O Piauí ainda é um
estado aonde ainda é preciso que se viva ensinando as pessoas a fazerem isso ou
aquilo. É difícil se ver alguém montando uma fábrica de picolé, de doces,
redes, chapéu de palha, cajuína ou até mesmo de farinha de mandioca e que se
gera riqueza e emprego. No Piauí se perdeu essa ambição, esse tino da livre
iniciativa. Ninguém quer acreditar no sucesso de um empreendimento. Então todo
mundo corre pra debaixo da cobertura do estado porque o estado é um imenso e
seguro guarda-chuva.
Muitos empresários
preferem esconder dinheiro, especular em atividades de baixo risco ou, o mais
grave, investir lá fora, às escondidas. Mas até que eles têm razão. O Piauí não
tem energia elétrica de qualidade, abastecimento de água regular, não tem rede
de estradas em condições de trafegabilidade e tem baixa ou nenhuma cobertura
nas áreas de saúde e segurança, enfim, uma montanha de defeitos difíceis de
solução. Porque os políticos piauienses por sua vez são os piores exemplos de
desarticulação e desentrosamento com a classe empresarial.
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