O procurador regional eleitoral do Piauí, Kelston Lages, protestou na última segunda-feira (19/01), durante a sessão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI), contra as declarações do governador Wellington Dias (PT) e da vice-governadora Margarete Coelho (PP) criticando a decisão do Ministério Público Eleitoral de pedir a cassação dos candidatos eleitos e não eleitos acusados de crimes eleitorais durante a campanha do ano passado. Entre os representados pelo procurador, estão o governador e a vice-governadora, além de outros 25 eleitos e outros derrotados e pessoas que não se candidataram.
No total, o Ministério Público entrou com 47 ações contra candidatos e não candidatos. Contra os candidatos eleitos, Kelston Lages pediu a cassação do mandato ou anulação do diploma, e inelegibilidade por oito anos. Wellington Dias disse estranhar o pedido de cassação do mandato dele e garantiu que não cometeu infrações eleitorais durante a campanha. A vice-governadora Margarete Coelho que afirmou que as denúncias têm cunho pessoal.
Kelston Lages confirmou que são 47 ações contra políticos que não cumpriram a lei eleitoral e garantiu que vai continuar cumprindo o seu papel de fiscalizador. "Esse tipo de declaração não contribue para termos um processo eleitoral limpo. Qualquer neófito sabe dos fatos que são suficientes para as ações", afirmou ele, durante a sessão no Tribunal Regional Eleitoral. "Somos criteriosos para estas ações, e como representante do Ministério Público, tenho o dever de fazer o registro. Continuaremos firmes, serenos e rigorosos no cumprimento do nosso papel, independentemente de quem tem seus direitos contrariados", acrescentou o procurador.
Kelston Lages considerou a reação do governador e da vice-governadora uma agressão à Justiça Eleitoral. "Às vezes a gente se sente, principalmente, quando são pessoas que têm papel relevante na administração fazem esse tipo de comentários. Mas o nosso papel será cumprido", observou. E reclamou que o Ministério Público é elogiado quando atua ou age contra os adversários de quem está no poder. "Quando fazemos nosso trabalho do outro lado, somos atacados", disse.
Segundo ele, porém, o Ministério Público vai continuar cumprindo seu papel de fiscalizador. "Os processos eleitorais devem se dar de forma limpa e preservar a vontade do eleitor", lembrou. Os membros do Tribunal Regional Eleitoral se solidarizaram com Kelston Lages e destacaram o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público no Piauí.
Fonte: Com informações do Diário do Povo
Publicado Por: Larice Sena
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