24 de dez. de 2014

O natal de Judas


Aproximadamente doze anos atrás, no programa Roda Viva, o jornalista Paulo Markum perguntou ao então presidente da Venezuela Hugo Chaves se ele acreditava em Deus, sem hesitar, ele respondeu: “Sí, yo creio en Dios y creio también que Judas es el padre del capitalismo porque vendió Jesus Cristo por treinta monedas de plata”. A resposta provocou gargalhadas em todos na mesa. Cômico para não dizer trágico.
O fato é que no mundo nunca existiu uma sociedade tão consumista quanto a sociedade contemporânea, e isto se deve muito ao capitalismo que incentiva o indivíduo ao consumismo insaciável, compulsivo, levando governos e instituições a bancarrota e pessoas a endividamentos e doenças decorrentes. Contudo, hoje, mesmo aqueles países não capitalistas como a China são tão consumistas quanto os Estados Unidos por exemplo.
É uma síndrome do mundo pós-moderno que se manifesta com toda a sua força sobretudo nas festas de final de ano especialmente no natal quando as pessoas fazem a farra das compras natalinas – é o espirito do natal.
Mas a propósito é a celebração do natal de quem? De Jesus, aquele que ensinou sobre uma vida simples desprovida de ansiedade por coisas materiais, que repartiu o pão com o faminto, que curou os doentes, que consolou os tristes, que deu esperança ao aflito, que tocou o leproso quando ninguém ousava se aproximar de um, curando-lhe primeiro a alma antes de lhe curar o corpo, que chorou quando viu Maria, a irmã de Lázaro, chorando porque seu irmão estava morto dando o exemplo da solidariedade, mas que pelo seu poder o ressuscitou depois de quatro dias de morto dando o exemplo do poder da verdadeira fé em Deus e que por fim deu a sua vida pelos homens, por amor, para que tenham vida e vida em abundância? Ou é a comemoração do natal de Judas aquele que sendo discípulo e o tesoureiro do ministério de Jesus era egoísta, ganancioso e desonesto, porque roubava, e que por fim traiu o seu mestre vendendo-o aos seus inimigos por trinta moedas de prata(Jo 12.4-6), que era o preço de um escravo da época, e que depois foi incapaz de se arrepender, mas sentindo profundo remorso tirou a própria vida enforcando-se(Mt 27.3-10; At 1.15-20)?
Por isso, neste ano, não confunda o natal de Jesus com o de Judas só porque os seus nomes começa com a mesma letra “J”. Celebre o verdadeiro Natal!
pr. Cristiano Carvalho da silva

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