Segundo a psicóloga Isabel Cristina Gomes, coordenadora do Laboratório de Casal e Família do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), os pais devem ter em mente que, social e culturalmente, beijar na boca é uma forma de carinho entre namorados. "A relação entre um casal é diferente da parental", afirma a especialista. O gesto inocente pode complicar a compreensão infantil dessa diferença.
"Por que o beijo que era parte da relação amorosa passou para os filhos? Penso que pode ser uma necessidade de erotização das crianças. É claro que a criança pode ser erotizada mesmo sem o beijo, mas esse é um hábito que a coloca em outro lugar, que não deveria ser o dela", diz Isabel.A erotização pode ser reforçada por outros fatores. Segundo a psicóloga Hilda Avoglia, da Universidade Metodista de São Paulo, especialista em desenvolvimento da criança e do adolescente, o problema não está apenas no ato em si, mas muitas crianças podem associar o beijo na boca com as imagens que assistem na televisão.
"A TV apresenta cenas, imagens e verbalizações com forte conteúdo sexual e a criança imita, sem ter noção do que se trata", afirma Hilda.
"Por que o beijo que era parte da relação amorosa passou para os filhos? Penso que pode ser uma necessidade de erotização das crianças. É claro que a criança pode ser erotizada mesmo sem o beijo, mas esse é um hábito que a coloca em outro lugar, que não deveria ser o dela", diz Isabel.A erotização pode ser reforçada por outros fatores. Segundo a psicóloga Hilda Avoglia, da Universidade Metodista de São Paulo, especialista em desenvolvimento da criança e do adolescente, o problema não está apenas no ato em si, mas muitas crianças podem associar o beijo na boca com as imagens que assistem na televisão.
"A TV apresenta cenas, imagens e verbalizações com forte conteúdo sexual e a criança imita, sem ter noção do que se trata", afirma Hilda.
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A questão pode se complicar à medida que o filho cresce. "Depois dos dez anos, a criança está vivenciando outra fase do desenvolvimento psicológico e também biológico (com a chegada ou proximidade da puberdade), já que se encontra em ação o funcionamento hormonal", fala a psicóloga.
Questão de saúde
Quando o hábito de beijar na boca continua com os filhos mais velhos é preciso olhar para os pais. "Ao beijar o filho adolescente, o pai pode estabelecer uma relação diferente com ele, além da parental. O que significa para um pai e para uma mãe beijar na boca dos filhos? Especialmente os mais velhos? Isso tem de ser trabalhado com os adultos", diz Isabel Cristina Gomes.
Para Hilda, ter pais amorosos é fundamental para a organização psíquica da criança. "Afagar, tocar na pele, comunicar-se carinhosamente são atitudes que fortalecem a relação entre pais e filhos. Mas para que tudo isso seja vivenciado de modo integrador não se faz necessário que a criança seja beijada na boca", afirma.
Além da questão psicológica, os profissionais da saúde alertam para os riscos de transmissão de doenças. É o que explica a doutora em odontopediatria Erika Guimarães. "A boca é um dos locais do nosso corpo com maior número de bactérias, e algumas delas podem causar doenças, como a cárie."
Os adultos possuem muitas colônias de bactérias, algumas são benéficas, mas há as que provocam doenças. E quando o bebê nasce, sua boca tem pouquíssimas bactérias e seu sistema imunológico é imaturo. "Ao beijar a boca do bebê, o adulto pode transmitir, além de bactérias, vírus e fungos", afirma Érika.
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