A reportagem do portal "Brasil Notícias" relacionou os 14 governadores eleitos no pleito de 2014 e que já tiveram problemas com a justiça. O senador Wellington Dias (PT), que dia 1º de janeiro assume em seu terceiro mandato de governador, é um dos citados na lista. O texto lembra que o senador é réu em ação penal por crimes contra a vida, prevaricação e em ação por improbidade.
Também estão na lista do site os governadores eleitos Renan Filho (PMDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Fernando Pimentel (PT-MG), entre outros. Leia abaixo a reportagem completa de Gabriela Oliveira publicada às 9h deste domingo (02/11).
LEIA ABAIXO A REPORTAGEM COMPLETA
Dos 27 governadores eleitos este ano, 14 têm alguma ocorrência na Justiça ou Tribunais de Contas. O que explica, então, por que a população ainda deposita seu voto de confiança nesses candidatos? O eleitor considera que o candidato de sua escolha - ficha suja ou não - é a sua melhor opção, segundo o cientista político e sociólogo Rocio Barreto.
“Alguns eleitores, menos instruídos, têm uma espécie de gratidão por alguns candidatos que fizeram algo pela cidade e por eles, sejam obras ou medidas assistencialistas. Então, aceitam tudo que esses candidatos falam, independentemente dos processos transitados e julgados”, avalia o sociólogo.
Rocio não descarta, no entanto, que eleitores mais instruídos também votem em candidatos com problemas na Justiça. “Seja o eleitor mais ou menos instruído, ambos votam por interesses particulares, individuais. As pessoas não pensam no coletivo.”
Ficha Limpa
Este ano, primeiro pleito em que foi aplicada a Lei da Ficha Limpa, que impede políticos condenados pela Justiça de concorrer a cargos eletivos, 520 candidatos tiveram o registro negado pela Justiça Eleitoral.
Os barrados pela lei tiveram as candidaturas negadas por terem sido condenados por órgãos colegiados, por contas rejeitadas ou por cassação. Entre eles, apenas dois candidatos a governador foram considerados inaptos para concorrer ao cargo.
Às vésperas das eleições deste ano, alguns deles conseguiram derrubar a decisão proferida pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), recorrendo ao TSE. Foram mais de 20 candidatos nesta situação. Ao todo, cerca de 200 ainda foram às urnas, enquanto esperavam o julgamento dos recursos.
Entre os candidatos considerados inaptos pelo TSE, 162 preferiram renunciar ao mandato para escapar da cassação. Entre esses, alguns optaram por colocar as mulheres ou outros familiares na disputa para não sair de vez do cenário político.
Exemplos disso são os candidatos a governador por Roraima e pelo Distrito Federal. Eles renunciaram e indicaram parentes para substituí-los como cabeça de chapa ou como candidato a vice. Em Roraima, Neudo Campos (PP) foi substituído por Suely Campos. Já o candidato ao governo do DF José Roberto Arruda (PR) indicou Flávia Arruda como vice-governadora em sua chapa, depois de ter sido barrado pela Ficha Limpa.
Veja os governadores eleitos em 2014 que já foram citados em processos:
1. Renan Filho (PMDB), eleito governador de Alagoas, é alvo de inquérito que apura atos de improbidade administrativa, crimes de responsabilidade e previstos na Lei de Licitações.
2. Rui Costa (PT), eleito na Bahia, já foi condenado a ressarcir os cofres públicos em processos referentes ao período em que foi vereador de Salvador.
3. Fernando Pimentel (PT), Minas Gerais, é alvo de três ações por improbidade administrativa e duas ações civis públicas movidas pelo Ministério Público.
4. Wellington Dias (PT), eleito em primeiro turno no Piauí, é réu em ação penal por crimes contra a vida e prevaricação movida pelo Ministério Público Estadual. O governador eleito também é alvo de ação civil pública por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal e de ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder político e econômico e conduta vedada a agente público durante a campanha eleitoral de 2010, com pedido de cassação de diploma e pedido de inelegibilidade.
5. Raimundo Colombo (PSD), Santa Catarina, foi condenado por uso de verbas das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), repassados à Prefeitura de Lages para promover a Festa Nacional do Pinhão e por conduta vedada a agente público por propaganda eleitoral irregular gravada em hospital público. Além disso, foi multado pelo Tribunal de Contas Estadual pelo uso irregular dos recursos da reserva de contingência e é alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público por improbidade administrativa, juntamente com o senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
6. Marcelo Miranda (PMDB), eleito em Tocantins, teve o mandato de governador cassado em 2009 por abuso de poder político e por captação ilícita de votos. Foi impedido de assumir o mandato de senador pela Justiça Eleitoral em decorrência da sua cassação em 2009. E é investigado por peculato (uso do cargo público para obter vantagens).
7. Camilo Capiberibe (PSB), eleito governador do Amapá, é alvo de ação de investigação eleitoral que apura abuso de poder econômico, movida pelo Ministério Público Eleitoral.
8. Marconi Perillo (PSDB), Goiás, é alvo de ação civil pública de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.
9. Reinaldo Azambuja (PSDB), eleito em segundo turno no Mato Grosso do Sul, foi multado pelo Tribunal de Contas Estadual que detectou irregularidades na execução de contratos celebrados pela prefeitura de Maracaju quando o candidato era prefeito da cidade. Azambuja também é alvo de ação de investigação judicial eleitoral que apura uso indevido de meio de comunicação social e de ação de representação que apura captação ou gasto ilícito de recursos financeiros da campanha eleitoral.
10. Rodrigo Rollemberg (PSB) é um dos apontados como responsável no processo que investiga a tomada de contas de 2006 da secretaria-executiva do Ministério da Ciência e Tecnologia e de suas unidades.
11. Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba, é alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público.
12. Luiz Fernando Pezão (PMDB), eleito no Rio de Janeiro, foi condenado por improbidade administrativa por prejuízos causados por fraudes em licitações de convênio para compra de UTIs móveis e multado por irregularidades na licitação de obras de contenção de encostas no Morro do Asilo e nos Bairros Asilo e Arrozal, enquanto prefeito de Piraí, em 2001.
13. José Ivo Sartori (PMDB), Rio Grande do Sul, foi multado por irregularidades na prestação de contas do exercício de 2005 da prefeitura de Caxias do Sul.
14. Confúcio Moura (PMDB), eleito em Rondônia, foi condenado a três meses de prisão em regime aberto por descumprir, quando governava Rondônia, determinação judicial de pagamento de precatório. Por ter decorrido muito tempo desde o recebimento da denúncia e a condenação, a punição foi declarada extinta. Além disso, o governador eleito é réu por improbidade administrativa por doação ilegal de terreno em Ariquemes à Rede de Comunicações Scwantes e suas contas da campanha de 2010 ao governo foram reprovadas. Confúcio também foi multado por ilegalidade na contratação de empresa para prestar serviço de controle, processamento e averbação das consignações em folha de pagamento dos servidores públicos de Rondônia e por ilegalidade em dispensa de licitação na contratação de serviços técnicos para modernização da administração de Ariquemes.
Fonte: Portal Brasil Notícias
Publicado Por: Apoliana Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa postagem
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.