18 de out. de 2014

USO DO JALECO NAS RUAS É UM PERIGO AOS PACIENTES EM HOSPITAIS

O jaleco deveria ser um acessório de utilização exclusiva nas unidades de saúde. Apesar disso, nas ruas, bares e restaurantes próximos aos hospitais o que mais se vê são médicos e enfermeiros desfilando com a vestimenta de trabalho. A prática facilita o transporte de micro-organismos, levando bactérias diferenciadas para o meio externo.

A questão ainda não é um consenso entre os profissionais da saúde, mas é uma orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que o uso do jaleco seja restrito ao local de trabalho. A médica infectologista Terezinha Leão explica que o avental serve justamente para proteger o profissional, do ambiente insalubre que é o hospital. Ali estão bactérias multirresistentes, isto é, que poucos antibióticos funcionam contra elas e que são muito mais raras na comunidade: 

- A fim de preservar o bem-estar do profissional é que ele veste um jaleco enquanto está sob risco de se expor a esses germes. Saindo do hospital, o avental deve ser rapidamente guardado em um saco plástico de preferência, para evitar que suje e que outras pessoas menos avisadas possam se expor a um risco desnecessário, entrando em contato com essa flora bacteriana hospitalar.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o risco de infecções transmitidas por bactérias nos jalecos é muito maior no sentido do hospital para a comunidade. Mesmo assim, não há uma higienização específica e adequada nos aventais. "Cada um leva o seu para casa e lava como bem entender. Não é rotina que os jalecos de trabalho sejam limpos nos hospitais, onde eles seriam desinfetados corretamente.", conta.

Os germes são uma ameaça principalmente para pessoas que tomam antibióticos demais e passam a ser colonizadas por uma flora diferente, mais resistente aos remédios comuns. "Não sei se é do conhecimento de todos, mas já existe nos hospitais bactérias resistentes a todos os antibióticos do mercado. Havendo uma infecção, voltamos à era pré-penicilina, onde se tratava as pessoas com colutórios, bismuto, chás medicinais e outras panacéias.", acrescenta Terezinha Leão.
Fonte: Saúde.com

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