Mão Santa - Por João Claudio Moreno no AZ

O humorista João Cláudio postou ontem, em seu perfil no Facebook, um comentário sobre o ex-senador Mão Santa. Era aniversário do ex-senador, que, pelas circunstâncias do momento, poucos, como João Cláudio, lembraram. Vale a pena ler o que o humorista escreveu: “É muito difícil defini-lo, confesso que ele me confunde. Convenhamos que ele mudou a política do Piauí. Desmistificou o poder. Aproximou-se tanto do povo que os outros também tiveram que fazer isso. Seu governo foi uma colcha de retalhos - havia de tudo e para tudo - secretários que eram capazes de tudo e outros que não eram capazes de nada. Popular, populista, popularesco, que é o populista grotesco, Mão Santa conseguiu fazer um governo acima do razoável. Pecou pela mesma medida de todos outros, quis centrar em si e na família uma estrutura e projeto de poder tipo rede de proteção talvez com medo dos aliados que sempre são mais temíveis que os adversários e... não deu certo. (lembro que na época da candidatura de sua esposa em Teresina e do filho em Parnaíba cheguei a alerta-lo com a minha franqueza habitual e ele reagiu mal: "vá contar suas piadas. De política entendo eu". Em sua estratégia elegeu o PT como seu principal adversário e centrou forças contra o Lula, mas a sua clientela é a mesma do Lula. A classe média adora rir com o Mão Santa, rir do Mão Santa, mas não vota nele. A classe média não o engole. Engraçado é que eu senti, uma vez, como uma intuição inapelável, vendo-o numa entrevista na televisão que seu tempo havia passado. Os políticos, os artistas, e as mulheres bonitas que ganham a vida com a beleza, todos têm um prazo de validade. Porém fica uma verdade: Mão Santa foi muito importante para a formação do Piauí contemporâneo. Só foi possível um primeiro governo do Wellington Dias, o bancário pobre com cara de índio, porque antes veio um Mão Santa abrindo portas e derrubando prateleiras. O Governo de Wellington me decepcionou. E o governo de Mão Santa me surpreendeu pelo bem e pelo que poderia ter sido bem. Não vou usar a palavra mal embora devesse. Esquecendo os aspectos políticos Mão Santa é uma figuraça. Alguém que a gente para comprovar realmente que existe precisa estar perto e levar um daqueles tapas que ele dá no peito do interlocutor mais próximo. Mando daqui um abraço, votos de feliz aniversário e dou congratulações pela Dona Aldagiza”.