Seja lá quem seja
eleito presidente no final deste mês, a redondinha Dilma Rousseff ou o Aécio
Neves, o Collor mineiro, deve estar preparado pra aguentar um dos piores
momentos da política brasileira no setor de investimentos. É que a atual
ocupante do Palácio do Planalto meteu os pés pelas mãos ao iniciar e tocar
obras de longo alcance como a Ferrovia Transnordestina, a hidrelétrica de Belo
Monte no Pará e a transposição do rio São Francisco, tudo embrulhado num pacote
conhecido por PAC.
Trazendo o que até
agora tratei pra nossa realidade a Ferrovia Transnordestina, que no papel
começa lá nos confins do Maranhão e termina lá no caixa-pregos pra uma banda é
ao que se parece um dos maiores elefantes brancos que a história da engenharia
e de estatal brasileira já pariu. Tão pesado de carregar e de guiar pra alguma
direção que fica mais fácil deixar pelo caminho. Dentro de mais alguns anos vai
servir pra casa de morcego e esconderijo de tudo em quanto não presta.
Certamente que os trilhos estarão sendo arrancados aos poucos e virando nalguma
fundição panela de ferro ou grelha pra churrasco.
A transposição do rio
São Francisco é outro elefante que os dias de incerteza política vão deixar
desgarrado pelo meio do caminho. No papel é obra faraônica, só vista igual no
Canal do Panamá. A ideia original era, digo no tempo passado, alimentar pra
algumas regiões do semiárido volume de água suficiente pra abastecimento dessas
populações isoladas e satisfazendo necessidades da agricultura e da pecuária.
Mas parece que por birra ou sacanagem, porque não foi consultado, o rio São
Francisco achou de uma hora pra outra de secar a nascente. Deixou o Governo
Federal falando sozinho e passando por mentiroso.
Mas agora mesmo estou
aqui é com pena dos paulistas e paulistanos. Estão de bico aberto por falta de
água nas torneiras. Na capital está um calor de 36° ali no Largo de Santa
Ifigênia ou lá pro Largo da Batata, em Pinheiros. Temperatura que nós aqui no
Nordeste tiramos de letra. Mas falando sério, este problema de falta de água em
toda a região Sudeste, São Paulo, Rio e Minas Gerais, principalmente, deve
servir de alerta pra uma situação muito grave: empurrar de lá, pra sabe Deus
onde se encontre água, muita gente e muitas indústrias. Dá pra
entender o futuro. Tem crise vindo e da brava bem ali na cumeeira da casa.
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