6 de out. de 2014

ELEIÇÕES: W.Dias eleito governador pela 3º vez com 63%

As eleições de 2014 no estado do Piauí trouxeram à tona várias surpresas e a confirmação de outros fatos e nomes eleitos que não podem ser vistos dessa forma. Com mais de 63% dos votos válidos, portanto, mais de 1 milhão de votos, Wellington Dias, do PT, voltará ao Palácio de Karnak e com ele a composição de poder formada para disputa dessa campanha. É o terceiro governo do PT no Piauí, ainda sem marcas visíveis de desenvolvimento, sem grandes obras e sem o que mostrar. É a primeira vez que um político assume o governo pela terceira vez.
A ascensão de Wellington Dias ao Poder Executivo estadual traz à tona o fato de uma mulher se tornar também pela primeira vez vice-governadora do Piauí. A deputada estadual Margarete Coelho (PP) foi eleita pelo voto popular ao lado do petista. A eleição de Wellington Dias, no entanto, produz uma aberração, permitida pela falta de uma Reforma Política de vergonha no País, que vem a ser o fato de uma suplente de senador ocupar uma cadeira no Senado sem possuir sequer um voto.
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Esse feito auspicioso ocorre com Regina Sousa, atual presidente do PT no estado e uma das coordenadoras da campanha de Wellington Dias para o governo. A petista será a primeira mulher no estado do Piauí a ocupar uma cadeira no Senado, ainda que nunca tenha tido sua foto figurando num urna eletrônica, ou pedido voto a um eleitor sequer, para ela mesma. Arredia à Imprensa, Regina terá que se preparar para lidar com a Grande Imprensa, aquela temida pelos petistas de um modo geral.
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NO SENADO, O INIMAGINÁVEL, PELO MENOS EM TESE, MAS NÃO NA PRÁTICA
O homem considerado trator ... “atolou”. É o que diz seus adversários políticos a partir da acachapante derrota na disputa por uma cadeira no Senado Federal. Wilson Martins (PSB), ex-governador do estado era considerado favorito. Favorito é pouco. Era considerado favoritíssimo. Nunca antes na história desse País um governador do Piauí ao deixar o posto para disputar uma cadeira na Câmara Alta havia sido derrotado. Wilsão, como também é conhecido, foi o primeiro. E entra para história.
O candidato vitorioso, Elmano Férrer (PTB), começou bem desde quando registrou seu nome, aquele que iria aparecer nas urnas. Era “Elmano – O Veín Trabalhador”. E arregimentou muitos votos assim diante da alta rejeição do ex-governador do estado, que teria cometido um outro erro estratégico na sua campanha. Atrelou cedo demais sua imagem à da candidata a presidente Marina Silva (PSB).
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Ao subir nas pesquisas, após a morte de Eduardo Campos, Wilson Martins a procurou imediatamente. Mas Marina caiu e levou junto o candidato ao Senado no Piauí. E mais: Martins ousou pedir voto para Marina num estado dependente do Bolsa Família, e que vota em massa em Dilma Rousseff. O resultado dessa trapalhada: mais de 400 mil votos de diferença. Justamente o número do trator nas urnas. Nem as pesquisas eleitorais mais promissoras captaram tamanha disparidade.
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O PODER DA PRESIDENTE DILMA NO PIAUÍ
Esse furacão que catapultou Wilson Martins é alicerçado por números. A presidente da República Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, teve no estado onde mais de 60% da população é dependente do Bolsa Família, 70% dos votos válidos, o que totaliza mais de 1.200.000 mil votos. Um império frente aos demais candidatos ao Palácio do Planalto. Marina Silva até que teve um desempenho melhor do que o de Aécio Neves (PSDB), mas por pouco. Ficaram ambos ali próximos da casa dos 240 mil votos cada.
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NA CÂMARA FEDERAL RENOVAÇÃO ALTA DE 40%
O parlamentar mais bem votado na Câmara Federal foi a deputada estadual Rejane Dias (PT), mulher do governador eleito Wellington Dias (PT), com mais de 130 mil votos. Ela não atingiu a votação obtida por Marcelo Castro (PMDB) nas últimas eleições, de 170 mil votos, mas atingiu uma margem respeitada de votos frente aos inúmeros potenciais candidatos existentes na disputa.
A petista, somada ao presidente da Câmara Municipal de Teresina Rodrigo Martins (PSB), ao ex-senador Heráclito Fortes (PSB), e à surpresa capitão Fábio Abreu (PTB), fizeram com que a bancada federal do Piauí fosse ‘renovada’ em um patamar alto de 40%. Se a já fraca bancada do estado na Câmara dos Deputados terá um desempenho melhor nesta próxima legislatura é uma incógnita. Mas a resposta não será difícil de ser encontrada.
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De experiente neste ‘novo’ grupo estão o astuto deputado Júlio César (PSD), Iracema Portella (PP) - que iniciou sua campanha bem antes das convenções; ainda Átila Lira (PSB), o segundo mais bem votado; Paes Landim (PTB); e Marcelo Castro (PMDB), que embora tenha tido sua base esfacelada depois da trapalhada em se lançar candidato a governador e depois ter sido forçado a desistir, ainda conseguiu uma boa votação, mais de 110 mil votos. Tanto a coligação governista, quanto a oposicionista ficaram com cinco vagas cada uma.
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RENOVAÇÃO NA ALEPI É DE 46%
No âmbito estadual a coisa não é equilibrada, pelo menos em tese, até começar aqueles chamamentos de nomes que oneram os cofres públicos e traz à tona outra aberração bastante usada no Piauí, a do suplente, figura mística que incha a folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Piauí.
A coligação encabeçada pelo candidato derrotado Zé Filho (PMDB) arrematou 18 vagas das 30 vagas da ALEPI. O chamado G12, ficou com 2. Esse grupo também apoiava o Zé. E a coligação encabeçada pelo petista Wellington Dias ficou somente com 10, portanto um terço das cadeiras da Casa Legislativa estadual.
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A renovação foi representativa. Das 30 cadeiras, 14 foram renovadas. O que representa 46% de renovação. Os destaques desse grupo total, é o experiente deputado Wilson Brandão, com seus mais de 63 mil votos, e o mais novo parlamentar do Brasil, Georgiano Neto (PSB), filho do deputado federal Júlio César, que obteve, mais de 37 mil votos e foi o oitavo mais bem votado, deixando políticos experientes para trás.
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VOTOS BRANCOS NULOS E AS MUITAS ABSTENÇÕES
Um fato chamou atenção nestas eleições, que foram as abstenções, aumentadas, talvez, pelas longas filas formadas em inúmeros locais de votações. Em Teresina, por exemplo, às 19h ainda existiam pessoas votando.

Foi o caso de uma escola localizada no bairro Lourival Parente. Neste horário já se sabia que Wellington Dias estava eleito para o governo e que Elmano Férrer estava eleito para o Senado Federal. Mas haviam pessoas votando.
Das 2.344.476 pessoas aptas a votar, houveram 443.062 abstenções, o que representou 18,90%. Dos 1.901.414 votantes, 57.041 (mais de 3%) anularam o voto e outros 40.724 (mais 3,7%) votaram em branco.
Repórter: Rômulo Rocha
Publicado Por: Fábio Carvalho

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