29 de set. de 2014

STF não consegue citar W.Dias para que se defenda no 'Caso Algodões'

O Supremo Tribunal Federal (STF) não conseguiu localizar o candidato ao governo do Piauí, senador Wellington Dias (PT), para citá-lo na Ação Penal Nº 866. A ação trata da acusação por homicídio culposo contra o parlamentar devido à tragédia da Barragem de Algodões.

O STF mandou citar o candidato pelo PT para que ele se pronuncie a respeito dos fatos existentes na AP. Wellington Dias é acusado de ter responsabilidade na morte de nove pessoas quando do fatídico acontecimento ocorrido em 2009, em ação movida pelo Ministério Público.

O mandato, no entanto, não foi cumprido, segundo informações da mais alta Corte do Judiciário brasileiro. A devolução do mandato de citação endereçado ao senador foi juntada no processo no último dia 16 de setembro.
“Juntada de mandado de citação não cumprido. (Em 16/09/2014) Do Senador da República, José Wellington Barroso de Araújo Dias”, traz o site do STF.
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No debate ocorrido na TV Cidade Verde, Wellington Dias foi questionado sobre quando iria dar uma satisfação ao Supremo Tribunal Federal, mas não respondeu. O mandato de citação foi expedido por ordem do ministro relator, o decano Celso de Mello. O despacho foi publicado no dia 8 de setembro no Diário de Justiça Eletrônico (DJE)
No documento, o ministro determina ainda que sejam extraídas “cartas de ordem, a serem encaminhadas aos Juízes de Direto dos Estados do Piauí e do Ceará, por intermédio da Presidência dos respectivos Tribunais de Justiça, a quem o feito couber por distribuição, para realizar a citação dos corréus do engenheiro Luiz Hernani de Carvalho e da ex-toda poderosa da Emgerpi, Lucile Moura”.

O ministro revisor da AP Nº 866 é Marco Aurélio.

NO PERÍODO ELEITORAL
Coincidentemente, a Ação Penal que acusa o senador petista de homicídio ganha importante movimentação justamente durante o período eleitoral. Wellington Dias tem falado que o uso da tragédia em época de campanha é “oportunista” e “eleitoreira”. Mas desta vez foi a mais alta Corte do Judiciário brasileiro que trouxe à tona o assunto ao dar continuidade ao andamento do processo.
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A Ação Penal começou a tramitar em novembro de 2011. Nela Wellington Dias responde por homicídio culposo, quando não tem intenção de matar. O petista, à época da tragédia, em 2009, era governador do estado, e após parecer técnico do engenheiro responsável mandou as pessoas voltarem para suas residências, afastando o risco de estouro da barragem. A tragédia anunciada se concretizou e tornou o Piauí um centro de atenção da imprensa nacional.
Até hoje as famílias vítimas da tragédia nunca foram indenizadas e Wellington Dias é visto pelas pessoas envolvidas no descaso público como o principal responsável pelas radicais mudanças em suas vidas.
WELLINGTON PEDIU VOTO A VÍTIMAS DA BARRAGEM
O candidato Wellington Dias esteve já nesta eleição no município de Cocal e chegou a pedir votos a membros das famílias vítimas da barragem. Ele não visitou os assentamentos, mas encontrou-se com vítimas da tragédia quando visitava, em um domingo, a feira matinal de Cocal. A visita do petista ao município para pedir votos causou revolta em muitas pessoas da cidade. Na caminhada pela feira ele chegou a ser vaiado e confrontado.
Uma das pessoas a quem W. Dias pediu voto foi à dona Maria de Fátima, que perdeu duas filhas na tragédia, uma de 11, Francisca Maria, e outra de 16 anos, Maria Alessandra; e ainda hoje sonha com elas e lamenta a morte prematura das irmãs.
Dona Fátima, que vive de vender hortaliças na feira de Cocal, estava presente quando a comitiva de Wellington passou. Ela teve que ser forte para suportar uma situação inesperada. Foi abordada pelo senador petista. "Falei com ele e tudo, mas só eu e Deus sabem como me senti. Por que eu perdi minhas filhas porque ele mandou a gente voltar", afirmou.
Em uma gravação feita pelo 180, Maria de Fátima foi mais enfática. "No domingo o senador Wellington Dias esteve na feira falando com todo mundo. Teve lá até um senhor que disse umas verdades para ele. (...). E ele falando com todo mundo eu estendi minha mão para ele por educação, mas só eu e Deus sabem a mágoa, a dor que eu estava sentindo. Porque ele estava no poder quando aconteceu e não fez nada por a gente. E até hoje não fez nada por a gente e agora anda atrás de voto", tascou.
Repórter: Rômulo Rocha
Publicado Por: Apoliana Oliveira

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