14 de set. de 2014

MODUS OPERANDI - Membro da SA grava entrevista com delegado passando-se por imprensa

Após descobrir, delegado veta uso de suas declarações, de forma distorcida, na propaganda eleitoral

Na ânsia de obter informações e uma boa declaração do delegado responsável pelo inquérito que amenizasse a bombástica apreensão de R$ 180 mil em um veículo vindo de Brasília, pertencente ao motorista do senador Wellington Dias (PT), candidato à reeleição, a coligação do candidato petista ‘montou’ uma 'equipe' jornalística para colher informações do delegado Francisco de Sá, em Barreiras, como se todos fossem membros da Imprensa.
No entanto, a equipe formada pelo jornalista Fábio Sérvio, do Portal Capital Teresina, era composta por um câmera da SA Propaganda. Em meio a eles, um advogado, que realmente se apresentou como advogado, Germano Silva. A SA é a agência que produz os programas eleitorais de Wellington Dias.

A graça do trio levou o delegado Francisco de Sá a fazer com que o advogado que atua para a coligação encabeçada pelo PT, a assinar um termo de responsabilidade de que não iria usar suas declarações no horário político eleitoral. E assim foi feito. “O senhor quer que eu escreva de punho próprio?”, indagou Germano. O delegado disse que podia ser, e assim foi feito.

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Francisco Sá havia naquele momento dito que a partir do incidente só receberia “Imprensa credenciada”, para evitar que sua imagem fosse parar em algum programa eleitoral, ao invés de portais, jornais e programas jornalísticos. O delegado alegou que não achava a conduta condizente com o seu cargo, que o obrigava somente a passar as informações permitidas por lei e de interesse público para meios de comunicação. Não para agências de publicidade. A agência do governo também tentou usar o 180 com o mesmofim,mas a possibilidade foi rechaçada pela equipe de reportagem.

O ENCONTROO membro da SA acionou sua câmera quando o grupo saiu da sala de Francisco de Sá e se deparou com jornalistas fotografando o trio. A intenção do câmera era capturar material, que ao que tudo indica, serviria para identificar e evidenciar supostas ligações dos profissionais de outros meios de comunicação que estavam em Barreiras para acompanhar o caso. Uma forma bem típica de atuação do PT, que quando não encontra respostas convincentes, atua para denegrir a imagem daqueles que lhe apontam o dedo.

SÓ EM ÉPOCA DE GUERRA É PERMITIDOUm dos episódios foi quando do início da entrevista com o advogado Germano Silva, após sair da sala do delegado. Ciente da situação e consciente do seu papel, ele aceitou falar, mas as interrogações não passaram das duas primeiras inocentes perguntas preparatórias para o que havia de vir. Isso porque o câmera captava imagem do entrevistador e não do entrevistado, como que de costume numa situação tal qual aquela, já que a notícia estava do outro lado.

O episódio, só é permitido em época de guerra, e quando envolve estatais, ministérios, autarquias e empresas públicas. Nesse período, jornalistas que desejarem colher informações poderão ter que se submeter à gravação por parte do concedente. A íntegra do material depois poderá ser exposto em sua íntegra nos respectivos sites oficiais, para evitar deturpações por parte do inimigo. Mas somente depois que a Imprensa veicular o material, para não atrapalhar um possível furo jornalístico, essência buscada pelo Jornalismo livre.

VIERAM DE AVIÃO DURANTE A MADRUGADAO avião da equipe, trazendo “jornalistas” e o advogado Germano Silva, chegou na madrugada desta sexta-feira (12) em Barreiras, por volta de 1h. A comitiva tinha como missão tomar conhecimento dos reais estragos provocados pela denúncia veiculada pela TV Clube, que foi informada sobre o ocorrido através da afiliada da Rede Globo na Bahia; ter acesso aos depoimentos, tentar minimizar os estragos e apagar os rastros deixados pelos transportadores do dinheiro de origem ainda desconhecida.
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O advogado Germano Silva, no entanto, negou que tivesse vindo na mesma aeronave da ‘dupla’ de jornalistas. “É você quem está afirmando”, declarou. O advogado, como demonstra o vídeo, aceitou ter suas declarações gravadas.

No vídeo, quando indagado sobre o porquê de estar gravando, o membro da SA despistou e passa a filmar o além.


Fonte: 180/REPÓRTERES: Manoel José e Rômulo Rocha - Direto de Barreiras (BA)
Publicado Por: Manoel José

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