10 de set. de 2014

Arrogância do PT provocou a queda de W. Dias nas pesquisas em 2012

O senador Wellington Dias (PT), atual candidato ao governo do estado, ao disputar a Prefeitura de Teresina no ano de 2012, não conseguiu ao longo da campanha manter as intenções de votos nas pesquisas eleitorais. Começou com cerca de 20% em julho, ficou com 12% nos dois meses seguintes e terminou o primeiro turno com 14% dos votos válidos, dentro da margem de erro. O números são do Instituto BRVox. O petista não foi para o segundo turno disputado por Firmino Filho (PSDB) e Elmano Férrer (PTB), que culminou com a vitória do tucano.

Na época, Wellington Dias cometeu alguns erros que ensejou a ideia de um político não confiável e ainda a de querer beneficiar a sua mulher Rejane Dias. Isso porque no primeiro momento, entre o final de 2011 e início de 2012, Wellington Dias acertou com o PTB do senador João Vicente Claudino de que iria indicar um vice para o cabeça de chapa Elmano Férrer. Promessa feita pelo parlamentar que acabou por não se concretizar. O nome à vice à época era do deputado estadual Cícero Magalhães (PT). A possibilidade nunca foi digerida internamente pelo partido, que com declarações e posições arrogantes, apostava na possibilidade de vencer com um candidato próprio.

Com o declínio da palavra de Wellington Dias, Cícero Magalhães continuou por algum tempo como cabeça de chapa. Porém, sobre ele pairava uma sombra. A possibilidade de que a mulher do senador, deputada estadual Rejane Dias (PT), fosse cabeça de chapa. Wellington Dias chegou a permitir a discussão sobre essa opção de a esposa sair candidata. Era uma espécie de balão de ensaio. Ao mesmo tempo em que dizia não incentivar, não pôs fim às especulações. Alguns membros do partido aceitaram, outros não. Entre os contrários, o próprio Cícero Magalhães, que chegou a dizer que estaria sendo fritado pelo companheiro de partido.

A alternativa para apaziguar os correligionários foi a entrada de Wellington Dias, que havia feito campanha para o Senado dizendo que passaria 8 anos em Brasília “ajudando o Piauí e o governo de Wilson Martins (PSB)”. Sob a arrogância interna do partido, de que era muito difícil o PT perder a eleição na capital caso o ex-governador entrasse na disputa - pensamento várias vezes externado pelo deputado federal Assis Carvalho (PT) -, Wellington encabeçou uma chapa pura, tendo como vice o petista Cícero Magalhães. Segundo o Instituto BRVox, o senador figurou na pesquisa do mês de julho com 20% e nos meses seguintes despencou para 12%. Os números, quando divulgados, desagradaram os petistas. Mas eram verdadeiros e nunca mais voltaram a ser promissores para as intenções do PT.

Outros Institutos de pesquisa também capitaram o cenário político eleitoral à época e apontavam a queda de intenções de voto no petista. Entre eles o IBOPE, o CAPTAVOX e o próprio Amostragem, numa linha sequencial. O resultado foi que W. Dias não conseguiu mais se manter como um candidato com chances reais de arrebatar o Palácio da Cidade, único cargo até agora que disputou e nunca conseguiu vencer, embora já tenha entrado na disputa por duas vezes.

O EFEITO “TERRA”
Segundo o cientista político Washington Bonfim - que no período acompanhava os bastidores da campanha -, além desses erros cometidos por Wellington Dias, havia um que era detectado, inclusive, em pesquisas internas quantitativas. É o que o cientista político chamou de “Efeito Terra”, que significa o fato do petista - eleito a menos de 2 anos para o Senado - está usando a disputa pela prefeitura de Teresina visando dois anos depois o Palácio de Karnak. Wellington Dias, vislumbrando a possibilidade de voltar a governar o estado em 2015, estava planejando deixar em seu lugar na prefeitura da capital um outro petista, Cícero Magalhães. Dessa forma governariam a capital e o estado. Não antes, porém, de deixar no Senado Federal sua desconhecida suplente Regina Sousa, também do PT. Um plano partidário audacioso.

O senador chegou a usar à época, diante da popularidade de Lula no Piauí, o argumento de que sua candidatura era um pedido pessoal do ex-presidente da República. Toda a estratégia desenhada e articulada por Wellington foi, no entanto, por água abaixo. O partido não tinha capilaridade muito menos lideranças diversas, e sozinho se tornou um náufrago. Atualmente, já como um nome que não é novo, e com propostas de campanha já prometidas em outras eleições, Wellington Dias vem caindo na preferência do eleitorado. E dessa forma, o indicativo é de que a luz vermelha começa a acender. E de novo.
Repórter: Rômulo Rocha
Publicado Por: Apoliana Oliveira

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