16 de ago. de 2014

Se votei num me alembro os nome.


Uma pesquisa do Instituto Data AZ há quatro anos e revelada agora mostra o quanto o brasileiro e em particular o piauiense anda ruim de lembrança ou, falando francamente, se fingindo de besta pra melhor ir passando, principalmente agora neste período de campanha eleitoral. Digo se fingindo de besta porque tem muita gente esperando o candidato bater na sua porta pra ir assim num piscar de olho e sem a menor cerimônia vender o voto, seu e da família por uma mão cheia de oncinhas, as cobiçadas cédulas de cinquenta contos.
Um jornal de grande circulação da capital Teresina antecipou números que surpreendem a muitos, menos eu, quando se trata sobre este hábito da democracia, votar e ser votado. No Piauí são, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral, cerca de dois milhões e trezentos eleitores prontos a apertarem o botão da cabine no dia 05 de outubro. Enquanto isso no Brasil são mais de cento e quarenta e dois milhões de eleitores e por aqui nesta Parnaíba velha de 170 anos passam de noventa e quatro mil eleitores que devem fazer fila nas seções eleitorais naquela mesma data.
Mas o interessante na pesquisa deste instituto não é a quantidade de eleitores piauienses que deve ter ou não crescido, mas o fato deste mesmo eleitor, 60% dele, não lembrar o nome do candidato em quem votou pra o Senado, Câmara dos Deputados e as assembleias legislativas quatro anos antes, ou seja, em 2006. Pelos cálculos do Tribunal Regional Eleitoral mais de um quinto dos eleitores não se lembram em quais deputados votaram tendo passado pouco mais de um mês do primeiro turno. Mas não me admira nada essa situação. Mas a campanha eleitoral de 2014 está nas ruas e é dela que agora a gente se ocupa mais de falar.
No Piauí, quem diria, tem mais candidato a governador do que tinha no banco de reservas do Felipão naquela malsucedida participação brasileira da Copa da FIFA aqui no Brasil e onde nossa seleção de notáveis levou uma sova tão medonha que até hoje tem gente que não encontrou o caminho de casa. Mas futebol é outra coisa. Voltando pra política e pra campanha, a coisa no Piauí está polarizada entre dois nomes, o atual governador Zé Filho, do PMDB, e que tenta sua reeleição e o candidato do PT, o senador e ex-governador Wellington Dias. Mas desde quando começou a campanha pra valer que todo mundo sabia que haveria esta disputa entre os dois.
E o que se tem visto até aqui, não muito, é um tal de um ficar jogando pedra um no outro, feito aquela de vizinha intrigada que fica jogando casca de banana na calçada pra outra se estatelar no chão. Coisa feia e mais fora de tempo. Isso não é coisa de gente. Muito menos de político. Nessa coisa de ficar batendo boca por intermédio de assessores e de veículos de comunicação pagos eles estão mostrando pro eleitor um lado muito feio, o da revanche, do recalque. Mas cadê as propostas desses homens?  Se o camarada fez ou deixou de fazer, se fez isso e não fez aquilo, cada um deve medir as circunstâncias de tempo e de lugar. Proposta eu ainda não vi se desenhando alguma convincente.

Considero extremamente civilizado e politicamente correto o candidato que tem propostas. Conheço vários candidatos a deputado estadual que sabem defender seus projetos, seus ponto de vista. Este lado do político é, respeitadas as situações favoráveis ou não, muito importantes pra o desenvolvimento de uma campanha eleitoral. Então, por que não deve ter a mesma sintonia quando se trata da disputa pela cadeira de governador? Tem que dar ideia de baixaria? Não quero dizer que atualmente no Piauí essa situação esteja ocorrendo. Até porque os tempos são outros e a própria Justiça Eleitoral criou mecanismos eliminar ou minimizando os excessos.

Vamos, nós de Parnaíba, levar pra Assembleia Legislativa do Piauí três ou dois novos representantes, novos deputados. E esses candidatos certamente que têm propostas. Porque político que não tem proposta e quer assento na Assembleia Legislativa sem qualquer base popular ou de serviços prestados e apenas pra ser tratado por vossa excelência ou pra viajar de graça pra casa da sogra na praia aos finais de semana ou pra Londres, Paris, e Frankfurt pra algum desses eventos que não trazem futuro, esse deve ser deixado lá mesmo na roça do pai dele. Sem esses requisitos, me desculpem, mas ficam somente com o pregado da panela e olhe lá se não ficarem apenas com a lambida do papeiro.  

Por Pádua Marques
Jornalista e Escritor 

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