25 de ago. de 2014

REAJUSTE gera reclamação: 'Salário só paga a conta de luz'

Os cidadãos piauienses terão mais um fardo para carregar, durante a época mais quente no estado, o famoso "B-r-ó-bró". Além de enfrentar, o intenso calor em decorrência das altas temperaturas que passam dos 40 graus, a partir desta quinta-feira (28/08), os cidadãos poderão ter uma notícia mais que desagradável. É Eletrobras Distribuição Piauí poderá ter aprovado o pedido de reajuste na tarifa, um aumento que pode chegar a 34,04%.
Lembrando que ano passado, já ouve uma revisão tarifária garantida pela Presidência da República que reajustou uma queda de 10,06% nas taxas de mais de um milhão de piauienses, e para as empresas, com tensão em média abaixo de 2,3 kV o nível de redução foi de 9,61%.Para as de alta tensão média a redução chegou por volta de 4,30%.
Com esse contraste nas contas dos trabalhadores, o 180 foi até as ruas para escutar comerciantes, empresários e donas de casa, sobre esse aumento na tarifa de energia e até desabafos sobre as mudanças na rotina e na renda de muitos trabalhadores.
PÉSSIMO SERVIÇO
O comerciante José Maria de 59 anos de idade, trabalha no Mercado da Piçarra, zona sul de Teresina. Um senhor que deixa bem claro a revolta do trabalhadores de classe média, que sofrem de decisões como essas.
"Absurdo! Não se justifica. A presidenta anunciou a redução e veio o aumento quase o dobro do que se é pago atualmente. Naquela época tinha energia o suficiente e hoje não tem mais? Logo aqui no Piauí, que tem um péssimo serviço e muitas vezes não tem energia. Não se justifica o aumento!", fala o comerciante.
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PREOCUPAÇÃO E INDIGNAÇÃO
Uma das proprietárias de restaurantes mais conhecidos e acolhedores do Mercado, é Maria Aline de Moraes, de 33 anos. Dona de um sorriso acolhedor, sua mudança de expressão, após saber do reajuste da tarifa, foi notável. A expressão de alegria é substituída por um olhar de preocupação e de indignação.
"Na verdade é nós que vamos pagar por isso. Por que aqui, quando dá meio-dia é o horário que mais lota e fica super quente. A gente chega em casa e queremos ter uma maior tranquilidade e um maior conforto, ou seja, vamos pagar mais caro as taxas que já são altas e com esse aumento nós é que vamos sofrer", finaliza Maria.
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O senhor Antônio João Ximenes, trabalha há 40 anos no mercado da Piçarra, um dos vendedores de peixes mais antigo do local, mostrou revolta, assim que soube do reajuste. Além de expressar que o aumento não é justificável, Antônio expôs um problema, enfrentado por muitos cidadãos piauienses: as dificuldades de um pai de família de sustentar uma casa com apenas um salário minimo e que irá ter depois do aumento da conta.
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"Não tem condições de uma pessoa pagar uma conta 34% a mais do que se já é pago. É um dinheiro imenso. Para um pai de família, que paga aluguel e paga energia, como é que fica? Não existe condição! Como ele vai pagar a alimentação, os remédios e o transporte? Isso é muito fora da situação em que vivemos. Eu que preciso pagar duas contas. Se eu não tiver energia em meu estabelecimento eu não posso trabalhar, e em casa sem energia como se pode viver? Você pode viver sem energia? Uma coisa dessas é inútil pagar 34% a mais! Todo final de semana vem políticos aqui para melhorar a situação e melhora para quem? É para eles! Que não sofrem nada!", conta o vendedor revoltado.
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SALÁRIO SÓ PRA PAGAR ENERGIA
Para o vendedor de CDs e DVDs, Francisco de Araújo, de 33 anos, o preço da tarifa era para ser baixa, e não, pesar tanto no bolso do consumidor. O empreendedor tem a energia como algo essencial em seu dia a dia de trabalho.
"A decisão de aumentar o preço da energia, se torna algo grave para todos. Tanto para quem é empresário como para que é empregado, o salário hoje em dia vai ser só para pagar de energia e isso é ruim. Todo mundo depende de energia e se ela aumentar, irá pesar o bolso do consumidor. E para quem tem consumo, como comida e transporte? Fica difícil. A tendência era ter que baixar e não aumentar.", comenta Francisco.
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PODE ELEVAR CUSTO DOS SERVIÇOS
A empresária Leoneide de Carvalho de 39 anos, tem como empreendimento um dos lugares mais procurados pelo o público feminino: salão de beleza. Com um consumo elevado de equipamentos, a empresária conta que será muito afetada com o reajuste.
"Vai aumentar o custo com certeza, nós já temos uma despesa bem grande, por causa do salão que precisa da energia o dia todo, pois tudo que nós fazemos gasta energia e o ar-condicionado ligado o dia todo, por causa da temperatura alta. E isso vai gerar um grande custo para a gente. Sem falar que o serviço não é bom, nós pagamos taxas bem elevadas, para uma qualidade super baixa.", finaliza a empresária.
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ENERGIA QUE TAMBÉM DÁ PREJUÍZO
A senhora Dina Castro, de 57 anos, se revolta ao falar da energia do estado. Natural da cidade de Barras, ela conta do problema que a cidade natal enfrenta da falta de energia.
"É um absurdo! Por que nós não temos nem uma energia de qualidade, é uma negatividade, na verdade tudo em relação á energia, o estado como um todo nada presta. Porque só aumenta e aumenta? Isso é um absurdo! Em Barras, lá se tiver luz de manhã, já não tem de noite e vice-versa. Queima muitos aparelhos eletrodomésticos e até mortes absurdas por causa disso, que não tem soluções. Para você ver, aqui no Piauí com esse aumento, até parece que somos 'ricos' e temos 'condições' de pagar essas contas altas!", desabafa e ironiza Dina.
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Pode-se notar, que a população relata principalmente sobre a qualidade da energia que se é oferecida, não corresponde o valor que se é pago. Os relatos, mostram o contraste de que muitos cidadão vivem: ter que pagar caro por uma energia que não é de qualidade.
Repórter: Ricardo Caetano e Juliana Araújo
Publicado Por: Juliana Araujo

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