29 de ago. de 2014

EMBRAPA FECHANDO AS PORTAS EM PARNAÍBA - PARTE II



Por: Josenilto Lacerda Vasconcelos(*)
Uma sociedade é senhora de seu destino e um fato de tamanha relevância só acontece se permitirmos. O setor produtivo tem na Embrapa um dos mais importantes pilares para o nível de produtividade que se tem hoje. É da Embrapa de Parnaíba tecnologias como a irrigação em malha para pastejo rotacionado, consorciação de pastagem com fruticultura, irrigação eficiente para a fruticultura orgânica, o manejo racional do caranguejo uçá (reduzindo em mais de 80% a mortalidade no transporte), o banco de germoplasma de onde saiu as melhores variedades de acerola existentes no mercado, a definição do roteiro tecnológico para manejo de peixes em canais de irrigação (pesquisa pioneira no Brasil), técnicas de manejo orgânico da acerola e caju irrigados (de extrema importância para os Tabuleiros Litorâneos) e banco de sementes, só para citar algumas linhas de pesquisa mais relevantes. 
Obviamente isso só é possível de ser feito quando você tem pesquisadores e funcionários comprometidos com o seu trabalho e no caso a Embrapa Parnaíba mantém essa constante interação com a comunidade local e vem esmaecendo por esse lento e contínuo processo de encolhimento. Ele precisa ser estancado para que a unidade volte a ter a pujança de antes, principalmente agora pela consolidação da pecuária leiteira na região norte do Piauí, com os definitivos passos da fruticultura orgânica no Perímetro Irrigado Tabuleiros Litorâneos, com toda a preocupação da sociedade com um desenvolvimento sustentável, pela estratégica localização entre duas Área de Proteção Ambiental (Delta e Ibiapaba) e pelas vantagens comparativas dessa região.
Em seu auge chegou a ter cerca de quarenta pesquisadores e hoje conta com pouco mais de dez. Não tem havido nem renovação e nem ampliação dos quadros de pesquisadores e funcionários justamente porque a Unidade não é tratada nas instâncias superiores com a importância que tem. Importância essa que só os protagonistas locais das ações (funcionários, pesquisadores, produtores, associações de classe, políticos) é que podem dar. 
É esse o chamamento para estancar essa sangria antes que ela se torne fato consumado.
(*)Josenilto Lacerda é engenheiro agronômico e produtor de cajuína orgânica.

Fonte: Blog do Bsilva 

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