Em busca do tempo perdido

Por:Zózimo Tavares

A corrida contra o tempo é o maior desafio do governador Zé Filho, na campanha pela sua reeleição. Ele foi o último candidato a entrar em campo, e ainda sem saber direito em que posição jogar. A seu favor existe uma superestrutura partidária e política, mas é preciso ver se ela estará engrenada até o meio da campanha.

Há quase dois anos, o principal concorrente do governador, o senador Wellington Dias (PT), está nas ruas. Trata-se de um nome que chegou aos quatro cantos do Estado, pelo fato de já ter sido governador duas vezes e também por estar no exercício da metade de seu mandato de senador da República.

Outro concorrente também com penetração em todo o Piauí é o ex-senador Mão Santa (PSC), que, como Wellington, governou o Estado duas vezes. O petista concorre ao governo montado em uma grande estrutura política, com o apoio do governo federal. Mão Santa faz uma campanha quixotesca.

Cada eleição tem sua história. A atual mostra que o senador do PT é o candidato favorito, até o momento, nas pesquisas de intenção de voto. As últimas eleições para governador do Piauí mostraram, coincidentemente, que o líder nas pesquisas acabou derrotado no final. Nada garante que isso venha a se confirmar nesta eleição. Mas nada impede também que venha.

Se Zé Filho for derrotado, ele entrará para a história como o segundo governador a perder a eleição com a caneta na mão. O outro foi Hugo Napoleão, em 2002. Desde que a reeleição foi inventada, em 1998, nenhum outro governador piauiense que pleiteou um novo mandato jamais perdeu a cadeira no Palácio de Karnak pelo voto.

Contra Hugo Napoleão, havia a chamada "onda vermelha" que levou o PT ao poder. Contra Zé Filho há o fato de ainda ser um ilustre desconhecido. É fato que o Partido dos Trabalhadores se fortaleceu no governo, ao longo destes últimos 12 anos, mas também enfrenta desgastes insanáveis. Daí porque o quadro sucessório estadual, no que pese a sua aparente estabilidade, ainda pode ser mexido e remexido até o final da campanha, que ainda está no começo. 

Fonte: Diário do Povo