Por Miguel Dias Pinheiro*
Não há o que tergiversar, esperar, dialogar,...! A grande “bandeira” do futuro governador José Moraes de Souza Filho é a Segurança Pública do Piauí. É assumindo o cargo em substituição a Wilson Martins e correndo direto do Palácio de Karnak para empossar e sentar à mesa com o novo secretário. Sem tempo a perder!
Hoje, o maior desafio da sociedade é conseguir frear ou pelo menos minimizar os altos índices e indicadores de criminalidade. O novo governador do Piauí tem por obrigação impor um “choque de gestão” em nosso sistema de segurança, que com o tempo ficou corroído pela nefasta ação política de grupos. O governador deve prestigiar o novo secretário da Segurança Pública para enfrentar as inúmeras fronteiras burocráticas, políticas, partidárias e de ausência de visão estratégica para bater de frente com o crime que assola o Estado de forma impressionante e avassaladora.
Zé Filho terá a missão de “lançar luzes” para que haja um foco nas áreas de maior vulnerabilidade, onde haja maior incidência do crime. De acordo com os delegados mais experientes da nossa Polícia Civil, sobretudo de Teresina, o que falta há anos na nossa Segurança é um planejamento estratégico. Com todos discutindo, planejando e agindo. A sociedade piauiense não pode mais tolerar que a Segurança do Estado continue a serviço e aos caprichos da politicagem, criando clima de tensão nos quadros da Instituição.
O olhar do novo governador deve ser nessa direção, para colocar nas mãos do novo secretário da Segurança a obrigação de “diagnosticar” o crescimento da violência, tanto em Teresina como no interior do Estado, promovendo, por conseqüência, a reintegração de policiais que estão em desvio de função e atuando em áreas administrativas e outras de natureza diversa da função militar e/ou civil. Muita ação e pouca conversa!
Segundo Robson Sávio Reis Souza, pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da Universidade Federal de Minas Gerais, “atualmente, o medo derivado da violência urbana somado à desconfiança nas instituições do poder público encarregadas da implementação e execução das políticas de segurança produzem uma evidente diminuição da coesão social, o que implica, entre outros problemas, na diminuição do acesso dos cidadãos aos espaços públicos; na criminalização da pobreza (à medida que determinados setores da opinião pública estigmatizam os moradores dos aglomerados urbanos das grandes cidades como os responsáveis pela criminalidade e violência) e na desconfiança generalizada entre as pessoas, corroendo laços de reciprocidade e solidariedade social”.
No meu pensar, Zé Filho já assume o cargo com uma dívida enorme para com a sociedade, cujo governo do qual faz parte insiste em permitir que os laços de reciprocidade e de solidariedade continuem sendo corroídos no Piauí entre Segurança e sociedade. Combater essa malignidade é um imperativo, indiscutivelmente!
Segurança Pública, nobre governador Zé Filho, é um processo, uma sequência contínua de fatos e operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa regularidade, que compartilha uma visão focada em componentes preventivos, repressivos, judiciais e sociais. Como advertiu o Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG), “é um processo sistêmico, pela necessidade da integração de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem interagir a mesma visão, compromissos e objetivos”. E, como tal, governador Zé Filho, dependem de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. Não esqueça, governador, que um “choque de gestão” na Segurança Pública implica, antes de tudo, na preservação da ordem pública, mantendo o Estado em serenidade, de apaziguamento e de tranquilidade.
No Piauí, governador Zé Filho, não há tempo para debates, para reuniões, para seminérios ou coisa que o valha. Estamos no tempo da ação! No “fio da navalha”! No “fundo do poço”! Temos pressa, governador! Estamos atrasados! A sociedade piauiense não pode mais esperar por “blá, blá, blá” desse ou daquele em termos de ações urgentes e firmes no sistema de Segurança Pública. Temos que agir. E a iniciativa dessa ação começa justamente por V. Exa.
Diante do quadro de intranquilidade da sociedade, o futuro tem, sim, a obrigação moral de ignorar qualquer ingerência política na Segurança Pública. Sob pena de cometer o mesmo erro do governador Wilson Martins, que permitiu que bastasse um, dois ou três políticos interessados apenas nos votos de cada cidade pudesse interferir e, pronto, subiam aos ares o estímulo dos policiais. Se cometer o mesmo erro, estará com um governo “tampão” fadado ao fracasso.
*advogado
Fonte: Portal AZ
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