27 de mar. de 2014

Mão Santa: A pedra no sapato em 2014

Indiscutivelmente, a semana política no Piauí começou com a surpreendente performance de intenção de voto do ex-governador e ex-senador Mão Santa detectada pelo Instituto de Pesquisa Data AZ. Com apenas uma semana de lançamento da pré-candidatura, Mão Santa apontou um índice que poderá ser a “pedra no sapato” na eleição de 2014.

A aparição do nome do pré-candidato no questionário Data AZ foi, talvez, a maior novidade no cenário político atual, deixando a todos boquiabertos: mais de 12 pontos percentuais e com postura de candidato independente, de oposição.

Na avaliação nacional do Datafolha, ficou detectado um percentual de mais de 60% do eleitorado brasileiro que deseja mudança. Implica isso dizer que mais da metade dos brasileiros não comunga com a atual situação de governabilidade do país.

Você, então, perguntar-se-ia: “O que tem a ver isso com a eleição do Piauí?” Muita coisa! Para outubro de 2014, com o quadro eleitoral apresentado até então entre os principais concorrentes Wellington Dias e Marcelo Castro, o piauiense estava sem um nome de oposição. Primeiro, porque Wellington Dias apoiou a eleição de Wilson Martins e com este esteve até bem pouco tempo, lado a lado. E vota na reeleição da presidente Dilma. Segundo, porque Marcelo Castro é candidato de Wilson Martins, que esteve recentemente ao lado de Wellington Dias, que tal qual o petista também vota na presidente Dilma.

Você, então, perguntar-se-ia: “E o Mão Santa, representa alguma mudança?” Não! Administrativamente falando, claro que não! Mas, para o quadro político-eleitoral que se apresenta no momento, sim! Como ex-governador, também não representaria mudança. Mas, como candidato de oposição aos que estão postos, sim. Com o cenário político atual, tem todos os motivos e todas as “armas” para ser “do contra” aos dois governistas que votam em Dilma: W. Dias e M. Castro. Se o olhar do eleitorado do Piauí for nesse sentido, sob o ângulo da bandeira oposicionista a ser empunhada, Mão Santa será, sem dúvidas, o “fiel da balança”, a “pedra no sapato” e poderá – quem sabe - desequilibrar o quadro eleitoral de 2014.

Se o eleitorado admitir que o ex-governador Mão Santa represente uma oposição para 2014, o voto, aquele “grito” de mudança “engasgado” pelo sentimento da insatisfação, levará uma vantagem enorme em relação aos demais concorrentes porque terá um discurso forte e vasto, que, inapelavelmente, terá influência na sedução do eleitorado. Em outras palavras, como “franco atirador” seu discurso poderá ecoar bem mais do que muitos pensam.

Portanto, quem apostou no fiasco de Mão Santa pode começar a mudar seus critérios, porque doravante os números devem mostrar um candidato de oposição com enorme espaço para disputar em pé de igualdade, por exemplo, com a candidatura do governista Marcelo Castro. Com o percentual de 12% na pesquisa, Mão Santa já encontrou um espaço próprio para articulações políticas futuras e, se os ventos soprarem a favor, sua polarização com quaisquer dos candidatos começa a ser desenhada muito antes mesmo das convenções partidárias. Difícil? Sim! Mas, não é algo impossível.

A pesquisa sempre revela um momento determinado. E o momento de Mão Santa foi lançado. Bem, repercutiu na opinião pública, no eleitorado e no universo dos formadores de opinião? Claro que sim! Se compararmos a pesquisa Data AZ com as anteriores de outros institutos, veremos que a pré-candidatura Mão Santa alterou substancialmente os números. E isso mostra um nítido quadro de sentimento de oposição no Piauí. Embora os parlamentares e políticos estejam quase que todos de um lado só, o eleitorado pode está sinalizando n’outra direção, para o caminho da oposição.

Por Miguel Dias Pinheiro* 
*advogado

Fonte: Portal AZ 

Um comentário:

  1. A sociedade Piauiense está vivendo momentos difíceis do ponto de vista politico. A mídia vez por outra descobre alguém envolvido em corrupção que chega a atingir os mais altos pontos na hierarquia nacional, e a frustração de expectativas com candidatos eleitos, leva ao questionamento com relação aos valores pregados e praticados apos as eleições por políticos eleitos. vale lembrar que não é de hoje, ou apenas no Piaui, que desvio de verbas e negociatas na cúpula do poder são destaques no noticiário. Se puxar um pouco da memoria e acompanhar o cenário Brasileiro vamos ver que essas praticas, infelizmente, ocorre repetidamente, vivemos numa crise de valores, devemos pensar bem na hora de votar. Na reportagem acima é falado que o mão santa, não representa mudanças, em vários aspectos, que concordamos, sendo essa uma preocupação. Pois ha uma grande quantidade de eleitores, que resolveram dar seu voto a qualquer candidato, sem fazer uma reflexão sobre as opções colocadas. E a esse voto o chamam de protesto, enganando-se, pois na maioria das vezes os candidatos eletos por esses votos, não se manifestam, nem a favor, e nem cotra, as propostas apresentadas, por não ter conhecimento, e nem iniciativa para conhecer, ou ele vem de um cenário politico antiquado, que vira a cabeça para onde lhe é conveniente. muito cuidado na hora de votar, o voto é livre, faça boas escolhas, não passe para a sua geração futura uma heranças de fracasso, por medo ou preguiça de pensar na hora de votar, voto de protesto que possa falar em seu lugar, não ao protesto mudo, ou olho grande.

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