Longe de mim ser pessimista com as coisa da Parnaíba que só não me viu nasceu porque Deus não quis, mas me viu aqui chegar, com 13 para 14 anos, com uma mão na frente e a outra atrás, puxando a cachorrinha. E me vê agora com a cachorrinha à minha frente me puxando.
Mas, deixemos de coisa e cuidemos da vida, como diria Belchior. Tenho andado preocupado com esse ufanismo exacerbado que toma conta de algumas pessoas nesta cidade, que talvez ainda acreditem em papai Noel. Inclusive algumas “otoridades” que se zangam quando a gente diz que não acredita que esse Porto de Luiz Correia seja concluído algum dia.
O prefeito Florentino Neto, por exemplo, depois de um ano “planejando” a administração, resolveu fazer algumas intervenções em áreas públicas que ao longo dos anos seus antecessores transformaram em verdadeiros pardieiros, a exemplo dos quiosques na Rua Oeiras e no entorno do Mercado da Guarita, bem como na Praça do Chico Berto. Bastou isso para que uma parcela da população saísse a cantar, em prosas e versos, que “esse é o homem”! “Esse menino vai longe”! ”Esse menino tá acertando”! Isso para não falar das lágrimas que irromperam alguns olhos que viram, depois de 11 meses de administração, a tal superintendência de praças e jardins dar um “banho de loja” na Praça da Graça.
É muito pouco para uma cidade cuja população cresce a olhos vistos e, consequentemente, tem seus problemas e omissões quintuplicados por conta da visão tosca e obtusa dos nossos últimos governantes, inclusive do ex-prefeito José Hamilton, para uns, um grande prefeito; para outros, um cara de sorte que governou concomitantemente com o melhor momento econômico do Brasil, mas que meteu os pés pelas mãos e não teve a capacidade de fazer o dever de casa, sequer. O exemplo maior foi a falta de boa vontade de construir o matadouro público municipal, mesmo sendo agrônomo. E a indiferença absurda e incompreensível com que tratou as pessoas que moram na zona rural. E quem diz isso são os vereadores que com ele estiveram nos 8 anos de mandato. É só conversar com o vereador Gerivaldo Benício, por exemplo.
Mas, voltemos ao prefeito Florentino Neto e o nível de expectativa que está sendo criada em torno de sua administração. Peca e peca feio quando anuncia datas para algumas realizações sem ter a certeza se de fato vai poder honrar a palavra. Por exemplo: já deu data para a construção do Shopping dos Camelôs, revitalização da praça da Santa Casa, reurbanização da Lagoa do Bebedouro, Construção de um Boulevard, ou Calçadão Cultural na beira rio, Centro de Convenções... e um Metrô de Superfície, ou VLT – Veículos Leves sobre Trilhos. E a Parnaíba só queria, urgentemente, se não as linhas de ônibus para o transporte coletivo, pelo menos a construção de abrigos de passageiros, para tirar as pessoas do meio do sol e da chuva. Pelo menos isso. E temos o quê, depois de um ano?!
Sobre VLT, lembremos que o prefeito Florentino Neto e alguns membros de sua equipe chegaram a ir a Sobral, no início do ano passado, conhecer o sistema VLT de lá. E conhecer também os métodos administrativos do prefeito José Clodoveu de Arruda Coelho Neto, que fazem da “Princesa do Norte” uma das mais progressistas cidades do Nordeste. O que aprenderam? - num xi xabe.
Só para ilustrar, lembremos que o Mão Santa, assim que assumiu a Prefeitura de Parnaíba, no final dos anos 80, inventou uma viagem a Caruaru, Pernambuco, para conhecer a “Feira de Caruaru”, cantada por Luiz Gonzaga, a fim de implantar uma idêntica aqui. Fez na Avenida Capitão Claro aquilo que no rádio o repórter Yure Gomes batizaria mais tarde de a “Feira da Cachaça”. O último quiosque foi retirado pela prefeitura há poucos dias, ali, ao lado do Cemitério Igualdade. Desculpem os que se ufanam do que aí está, mas não me iludo mais. Porque “já cansei de viver iludido”.
(*)Bernardo Silva é jornalista e professor
Parabéns caro jornalista p/ coragem.
ResponderExcluirSe os filhos daqui gostassem de sua terra, Parnaiba seria a Princesa do Delta.
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