Um levantamento encomendado pela reportagem da Folha de São Paulo, publicado neste domingo (02/02), mostra que Senado destinou, no ano passado, R$ 23,2 milhões para reembolsar os 81 senadores por gastos relacionados à atividade parlamentar, em uma lista que abrange quantias próximas a R$ 200 mil para despesas com consultorias, segurança e divulgação de seus atos.
Na lista dos 10 que mais usaram o "cotão", que é um valor reservado pelo senado para reembolso de gastos como passagens aéreas, aluguel de escritório, alimentação, combustível e confecção de material de divulgação do mandato, aparecem dois senadores piauiense. Para Wellington Dias, o valor reembolsado foi de R$ 442 mil, um pouco a mais que João Vicente Claudino, com R$ 436 mil.
Segundo a reportagem da Folha, por meio da sua assessoria, Wellington Dias (PT-PI) disse que o valor gasto em 2013 se dá, em parte, por sua meta de visitar, anualmente, os 224 municípios do Piauí. JVC, porém, não enviou esclarecimentos segundo o texto publicado nesta manhã.
A reportagem de Folha mostra ainda a discrepância entre os valores declarados. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), por exemplo, obteve R$ 185 mil a título de gasto para criação e manutenção de seu site. Entre os senadores que detalharam despesas com a mesma rubrica, a média de reembolso foi de menos de R$ 15 mil.
O senador do Pará, também discrepando dos valores médios apresentados pelos outros colegas, declarou gasto de R$ 194 mil com consultoria para "assistência técnica especializada à elaboração de estudos de caráter analítico e descritivo sobre a situação atual do desenvolvimento à luz da sustentabilidades nas regiões de integração do Estado do Pará".
Com o objetivo de ressarcir gastos com atividades relacionadas ao mandato, o chamado "cotão" do Senado reserva a cada congressista entre R$ 21 mil e R$ 44 mil ao mês, dependendo do Estado.
Os dados mostram que Sérgio Petecão (PSD-AC) foi o campeão de gastos com informativos impressos, geralmente usados pelos congressistas para distribuição em seus redutos políticos. Pré-candidato ao governo do Acre, ele declarou ter usado R$ 204 mil em três jornais de quatro páginas cada um. Com o valor, seria possível confeccionar na empresa contratada por Petecão – Adesigraff, de Brasília– cerca de 480 mil cópias de jornal similar, número que supera em mais de 70 mil os eleitores do Acre que compareceram às urnas em 2012.
Outro campeão de gastos é Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que diz ter usado R$ 230 mil em segurança privada. Como ex-presidente, ele já tem à sua disposição quatro militares para esse fim. Collor e a empresa também não se manifestaram. Informalmente, servidores do Senado disseram que ele utiliza a verba para garantir a segurança da Casa da Dinda, sua residência particular, que fica em uma das áreas nobres de Brasília.
Fonte: Com informações da Folha Online
Publicado Por: Apoliana Oliveira
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