28 de fev. de 2014

Penitenciária Mista de Parnaíba: ”um barril de pólvora”- diz Sindicalista


O agente Penitenciário André Seixas, lotado na Penitenciária Mista Fontes Ibiapina em Parnaíba, em entrevista exclusiva ao jornal  “Tribuna Popular” falou dos inúmeros problemas enfrentado pela equipe de agentes, que é bastante reduzida para dar conta da superpopulação carcerária ali existente. “Hoje são 89 celas individuais, 4 coletivas e nessas celas deveriam existir apenas 136 detentos, mas são 372 que vivem lá em regime fechado, sendo que em plantão só existem 5 agentes”, informa André.
Segundo ele existem ainda vários agravantes, inclusive falta de equipamentos básicos, como lanternas (não existe uma, sequer), para o caso da falta de energia elétrica, ocasião em que vez por outras ocorrem tentativas de fuga; não existem também aparelhos de raio x, luvas “ e se for para conter algum motim não existe bala de borracha ou spray de pimenta para realizarmos nosso trabalho. E tem mais: a lei diz que para fazer uma escolta tem que ter 2 agentes por presos e nós não temos pessoal para isso”, destacou André Seixas.
Segundo ele, é a falta de equipamentos que faz com que sejam incompletas as vistorias que ocorrem quando das visitas aos presos e por isso entram celulares, maconha e outras drogas, que são levadas nas partes íntimas por alguns de seus familiares. “A Penitenciária está localizada na área urbana da cidade. E há presos que transitam pela área externa do presídio. Pessoas que estão fora do muro costumam jogar celulares, drogas... e por que não uma arma? Isso nos deixa intranquilos”, destaca o agente, lembrando que sempre que há fuga o preso vai passar pelo quintal de uma das famílias que residem no entorno da Penitenciária, podendo tomar alguém como refém.
André Seixas, que é único represente em Parnaíba do Sindicato dos Policiais Civis, Penitenciários e Servidores da Secretaria da Justiça e da Cidadania do Estado do Piauí – SINPOLJUSPI, afirma que tudo passa pela falta de investimentos, porque “a Secretaria de Justiça do Estado não tem planejamento”.
“Desde 2008 que falam na construção de um presídio de segurança máxima em Parnaíba. A Prefeitura doou um terreno mas nem sabemos em que pé está a situação. Seria um presídio dentro do que manda a lei, porque a Penitenciária Mista é a adaptação de um Mercado Público que existia na cidade.  A nova construção, que resolveria a situação,  seria a 10 quilômetros na saída da cidade. Dizem que o dinheiro veio, mas não se sabe o que foi feito”, narra André. Ele defende que se entidades como a OAB tivessem uma atuação mais direta na busca da solução dos problemas do sistema carcerário do Estado, seria encontrada uma saída para algumas dificuldades.

Fonte: BlogdoBsilva 

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