Aos analistas as cascas

Marcelo, Silvio e Wilson numa roda com Zé Filho: como dizia Joelmir Betting, difícil não é entender o passado, nem prever o futuro. Difícil é explicar o presente.

Vida dura é a de analista político. Obrigados - por dever de ofício - os jornalistas dedicados à atividade política e aos políticos, por consequência, passam maus bocados no exercício de sua profissão. A presidente Dilma cunhou a frase: ...”em ano de eleição tudo pode”, para justificar seus atos e fatos, na arregimentação de aliados. No passado, uma aliança envolvendo dois líderes do Piauí (tidos como inimigos irreconciliáveis, os ex-governadores Alberto Silva e Lucídio Portela) surpreendeu todos os analistas que, historicamente acompanharam suas carreiras políticas e os viram unindo-se numa chapa de candidatos a governador e vice, e vencendo a eleição. Mais recentemente, os confrontos entre Silvio Mendes e Wilson Martins, nas eleições de 2010, anunciavam a priori, um segundo embate em 2014 no mínimo prevendo-se que os dois estariam em palanques opostos. No final de 2013, depois de dizer que o PMDB era inconfiável, e, reportando-se a Marcelo Castro, elogiou sua genética politica (que mais pareceu um desdém), Silvio Mendes deixou claro que nessa eleição não seria vice. Está aí a chapa: -Marcelo Castro (governador) Silvio Mendes (vice-governador, Wilson Martins (senador), juntos, ligados, que nem o alfinim, e Silvio (olha ele aí mordendo a língua, candidato a vice). Mas se isto já é surpreendente, imaginem se o coordenador dessa coligação, o governador Wilson Martins, depois de pregar aos sete ventos suas virtudes, com Marcelo candidato ao governo, em uma entrevista viesse dizer que tudo isso ainda é nada e tudo pode ser mudado até o mês de junho? Se parecer incrível, é bom que todos saibam: isso foi o que Wilson disse publicamente três dias atrás. E depois, claro, consertou, chamando de mal entendido. Vida dura essa de analista político.