11 de dez. de 2013

Lula era o "ganso" do chefe do Dops durante a ditadura militar, afirma delegado Romeu Tuma Jr.

Reinaldo Azevedo, de Veja online:

Tudo é história: um aniversário e a sala do sofá vermelho. Ou: O “ganso” de Romeu Tuma

Vejam esta outra foto. É de 1978, ano em que Romeu Tuma Jr. entrou na Polícia — ele se aposentou neste 2013, com 35 anos de serviço. Aparece perto do pai, que comemorava no Dops os seus 47 anos. A sala em que se apagam as velinhas, um anexo do gabinete de Tuma pai, tem história.
Imagem: ArquivoLula o Lula o "ganso" de Romeu Tuma
Ali ficava o sofá no qual Lula dormiu, segundo Tuma Jr., a maior parte dos dias em que esteve preso. Raramente dividia a cela com os demais “companheiros”. O delegado não está dizendo que o chefão petista era informante direto dos generais. Segundo afirma, ele era um “ganso” do chefe do Dops. “Ganso”, na gíria profissional, é aquele que serve para alertar a polícia sobre eventuais problemas, entendem?

Funcionava assim: Lula falava com Tuma, e Tuma falava com os generais.

Ao menos o sofá em que Lula expelia os humores do sono era vermelho.


Reproduzo mais um artigo do colunista Reinaldo Azevedo sequenciando a passagem de Lula pelo Dops:

Romeu Tuma Jr. e Lula em 1980: A FOTO

A primeira investida do aparelho midiático petista, financiado por estatais, foi afirmar que Romeu Tuma Jr. não tinha como saber o que se passava no Dops em 1980 porque seria ainda um jovem, com pouco mais de 16 anos. A tentativa de desqualificação se baseava numa informação errada, publicada na Wikipedia. Lá se informava que o delegado teria nascido no dia 4 de outubro de 1963. Ocorre que ele é do dia 13 de agosto de 1960 — prestou o chamado concurso IP/78, conforme este blog revelou nesta terça. Também se falou de uma foto. Aqui está ela.
Imagem: ArquivoMarisa, Lula e Romeu Tuma Júnior (de bigode, à direita na imagem)(Imagem:Arquivo)Marisa, Lula e Romeu Tuma Júnior (de bigode, à direita na imagem)
Em maio de 1980, na porta do Dops, Tuma Junior (de bigode, à direita na imagem) atua como guarda-costas de Lula (que aparece ao lado da mulher, Marisa). Romeu Tuma pai achava a tarefa tão importante e tinha tal zelo pessoal pela segurança do sindicalista que escalou o próprio filho. Era uma tarefa de absoluta confiança.

Segundo Tuma Junior (que escreveu, em parceria com Cláudio Tognolli, o livro “Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado”), Lula era, para o regime militar, bem mais (ou bem menos, a depender do ponto de vista) do que um sindicalista rebelde: era um informante, que gozava de privilégios na prisão.

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