O empreendedorismo tem sido cada vez mais a aposta de quem está trocando sua carreira e investindo em negócios visando a independência profissional. No Piauí, a Praia de Barra Grande, localizada em Cajueiro da Praia, cidade com pouco mais de 7 mil habitantes, tem sido o alvo de jovens empreendedores, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos dois anos, o número de bares, restaurantes e pousadas cresceu e pelo menos 54 novos negócios foram instalados na cidade. Os dados são da Junta Comercial do Piauí (Jucepi) que afirma que boa parte dos empreendimentos está concentrada em Barra Grande.
Por lá, a atividade turística gira em torno de três eixos: passeio da trilha do cavalo-marinho; lazer de sol e praia e a prática esportiva de kite surf. O mar de azul indescritível, aliado ainda à tranquilidade e vento forte, conquistou jovens vindos de outras regiões e que viram em Barra Grande um grande potencial de desenvolvimento. Os empreendimentos inaugurados contemplaram principalmente os setores do comércio e serviços.
De acordo com o presidente da Jucepi, José Eduardo Pereira, o número de negócios abertos em Cajueiro da Praia se revelou extremamente positivo para a economia do estado e principalmente para o turismo. Em todo o Piauí, a Junta Comercial registrou a abertura de 15.174 novas empresas.
“O número geral é bastante positivo e apesar da maior parte das empresas ainda estar concentrada em Teresina, está havendo uma ramificação para o interior do estado e as cidades como Cajueiro da Praia estão ganhando corpo com empresas fortes. O turismo, por exemplo, se fortalece em temporadas como essa em Barra Grande”, disse.
O G1 conferiu algumas histórias pelo pequeno vilarejo e o que a reportagem encontrou foi exemplos de muita dedicação e visão empreendedora.
De acordo com o presidente da Jucepi, José Eduardo Pereira, o número de negócios abertos em Cajueiro da Praia se revelou extremamente positivo para a economia do estado e principalmente para o turismo. Em todo o Piauí, a Junta Comercial registrou a abertura de 15.174 novas empresas.
“O número geral é bastante positivo e apesar da maior parte das empresas ainda estar concentrada em Teresina, está havendo uma ramificação para o interior do estado e as cidades como Cajueiro da Praia estão ganhando corpo com empresas fortes. O turismo, por exemplo, se fortalece em temporadas como essa em Barra Grande”, disse.
O G1 conferiu algumas histórias pelo pequeno vilarejo e o que a reportagem encontrou foi exemplos de muita dedicação e visão empreendedora.
Saindo da zona de conforto
Uma dessas histórias é a do casal de paulistas Nathalia Borghi, 31 anos e Marco Felix, 32, que estiveram pela primeira vez em Barra Grande no Réveillon de 2010 e na oportunidade acompanhou a inauguração do restaurante de uma prima de Nathalia. Foi nesse momento que o casal ficou encantado com o estilo de vida na praia e resolveu trocar a agitação de Campinas, no interior de São Paulo, pela tranquilidade no Piauí. Nathalia era engenheira em uma multinacional e Marco tinha um escritório de design digital. Hoje eles são proprietários de uma pousada.
Uma dessas histórias é a do casal de paulistas Nathalia Borghi, 31 anos e Marco Felix, 32, que estiveram pela primeira vez em Barra Grande no Réveillon de 2010 e na oportunidade acompanhou a inauguração do restaurante de uma prima de Nathalia. Foi nesse momento que o casal ficou encantado com o estilo de vida na praia e resolveu trocar a agitação de Campinas, no interior de São Paulo, pela tranquilidade no Piauí. Nathalia era engenheira em uma multinacional e Marco tinha um escritório de design digital. Hoje eles são proprietários de uma pousada.
“Começaram a surgir propostas para compra de terrenos e vimos que era viável ter uma propriedade aqui. Compramos mais como investimento, mas logo depois sentimos que tínhamos que mudar para cá e ter um negócio. Nós dois estávamos cansados dos nossos trabalhos e sentimos que era a hora de sair da zona de conforto e arriscar, em busca da qualidade de vida. Planejamos nossa vinda definitiva e a pousada por um ano e meio, quando saímos de Campinas com toda a mudança e dois cachorros”, lembrou Nathalia.
A pousada, inaugurada em dezembro de 2011, levou três meses e meio para ficar pronta. Hoje conta com três bangalôs e a casa do casal. Esse ano, o local ganhou reforma e recebeu uma piscina. “Temos três funcionários (todos locais). Nosso plano é chegar a um máximo de cinco bangalôs, pois queremos continuar presentes no dia-a-dia da pousada, mais agentes e menos gerentes. Fazemos questão que tudo tenha nossa cara e seja pensado considerando a sustentabilidade”, acrescentou Nathalia.
O casal conta que ainda não buscou nenhuma linha de financiamento, mas que não têm pressa em ampliar a pousada.
“Na alta temporada (julho a fevereiro), a ocupação varia entre 35 e 65%. Já na baixa (março a junho) pode ficar entre 0% (tem meses que não tem hóspede mesmo) e 30%. Com tanta variação, tem q ter muito planejamento. Pensando em lucro líquido, podemos chegar a cerca de 10% a 15% do faturamento anual, devido a diferença nas temporadas. Não é alto, mas somado ao fator felicidade que comentei antes, vale mais do que qualquer investimento em São Paulo”, contou a empreendedora.
De São Paulo para o Piauí
Wellington Paulino Marinho, 30 anos, também é paulistano, filho de capixabas e formado em Propaganda e Marketing pela ESPM. Da tão sonhada viagem para conhecer o Litoral do Brasil, partindo de Guarapari, no Espírito Santo, em um carro 4x4, ficou o encantamento pela praia de Barra Grande, escolhida por ele para ser o local onde começaria uma nova vida.
O casal conta que ainda não buscou nenhuma linha de financiamento, mas que não têm pressa em ampliar a pousada.
“Na alta temporada (julho a fevereiro), a ocupação varia entre 35 e 65%. Já na baixa (março a junho) pode ficar entre 0% (tem meses que não tem hóspede mesmo) e 30%. Com tanta variação, tem q ter muito planejamento. Pensando em lucro líquido, podemos chegar a cerca de 10% a 15% do faturamento anual, devido a diferença nas temporadas. Não é alto, mas somado ao fator felicidade que comentei antes, vale mais do que qualquer investimento em São Paulo”, contou a empreendedora.
De São Paulo para o Piauí
Wellington Paulino Marinho, 30 anos, também é paulistano, filho de capixabas e formado em Propaganda e Marketing pela ESPM. Da tão sonhada viagem para conhecer o Litoral do Brasil, partindo de Guarapari, no Espírito Santo, em um carro 4x4, ficou o encantamento pela praia de Barra Grande, escolhida por ele para ser o local onde começaria uma nova vida.
Após a jornada de quatro meses passeando pelo litoral brasileiro, o paulistano voltou para São Paulo, ‘juntou as trouxas’ e em menos de um mês se mudou para Barra Grande, onde está desde 2011.
Para trás ele deixou a família, amigos e o antigo emprego, onde gerenciava uma equipe de vendas em uma distribuidora de parafusos e peças para caminhões com atuação em todo o território nacional. Wellington era responsável por mais de 100 representantes externos e seis vendedores internos além de organizar as campanhas de marketing e vendas junto à diretoria da empresa.
“Quando me mudei logo decidi que era o local que poderia apostar minhas fichas e que ao menos passaria muitos momentos felizes. Consegui comprar um terreno no centro turístico após dois meses e despertei para oferecer um local com produtos e serviços que satisfizesse as necessidades dos turistas e dos novos moradores do vilarejo. Após um ano e meio construí seis estabelecimentos comerciais para alugar e sou proprietário de três com meus sócios”, disse.
Do trabalho cansativo na distribuidora paulista restou apenas a experiência. O complexo comercial tem sete proprietários, gera oito empregos diretos e cinco indiretos.
“Hoje a responsabilidade é a mesma, porém em um ambiente muito menor, menos estressante, mais cordial e também satisfatório. Ao todo somos 20 pessoas com empenho, dedicação e que preza pelo bom gosto. Futuramente irei construir mais quatro estabelecimentos comerciais, incluindo um bar, e a previsão de geração de empregos é de mais 10 a 15 pessoas. A previsão para a expansão do negócio e conclusão é meados de 2015”, contou Wellington.
Pioneiro no transporte
Mesmo com todas as potencialidades oferecidas por Barra Grande e a expansão dos negócios na cidade de Cajueiro da Praia, um setor ainda não estava sendo favorecido: o de transporte. É essa lacuna que o ex-professor universitário Marcos Lira vem tentando preencher com a linha executiva Teresina – Barra Grande, que começou a operar há poucos meses.
Do trabalho cansativo na distribuidora paulista restou apenas a experiência. O complexo comercial tem sete proprietários, gera oito empregos diretos e cinco indiretos.
“Hoje a responsabilidade é a mesma, porém em um ambiente muito menor, menos estressante, mais cordial e também satisfatório. Ao todo somos 20 pessoas com empenho, dedicação e que preza pelo bom gosto. Futuramente irei construir mais quatro estabelecimentos comerciais, incluindo um bar, e a previsão de geração de empregos é de mais 10 a 15 pessoas. A previsão para a expansão do negócio e conclusão é meados de 2015”, contou Wellington.
Pioneiro no transporte
Mesmo com todas as potencialidades oferecidas por Barra Grande e a expansão dos negócios na cidade de Cajueiro da Praia, um setor ainda não estava sendo favorecido: o de transporte. É essa lacuna que o ex-professor universitário Marcos Lira vem tentando preencher com a linha executiva Teresina – Barra Grande, que começou a operar há poucos meses.
Para o turista chegar até Barra Grande, o aeroporto mais próximo é o de Teresina, a cerca de 400 km de distância. Até lá, o trajeto segue pela BR 343. De ônibus, a única possibilidade é pela Empresa Guanabara em um trajeto de 330 km de Teresina ou Fortaleza até Parnaíba (PI), e de lá o turista tinha como única opção micro-ônibus da empresa Damasceno, ao custo de R$10. São aproximadamente 55 km até Barra Grande.
Com a concessão da linha experimental conquistada pelo ex-professor junto à Secretaria Estadual de Transportes, o turista pode sair de Teresina, Parnaíba ou Luís Correia direto para Barra Grande.
Com a concessão da linha experimental conquistada pelo ex-professor junto à Secretaria Estadual de Transportes, o turista pode sair de Teresina, Parnaíba ou Luís Correia direto para Barra Grande.
Administrador e especialista em marketing, Marcos Lira já trabalhava no ramo de transporte executivo quando começou a pensar na linha. Ele foi procurado por uma agência de turismo do Litoral para transportar um grupo de paulistas que foi passar o Réveillon em Barra Grande.
“Comecei a me indagar como podia uma local de grande potencial turístico não ter uma linha executiva direta para lá. Como todo piauiense, vi que Barra Grande está sendo mencionada como um dos melhores roteiros de férias no Brasil e não tem como não ter um potencial comercial”, avaliou.
Para Marcos Lira, o retorno tem sido razoável, já que a expectativa é inicialmente ser um catalizador de negócios no Litoral e fazer com que o serviço seja prestado com qualidade.
“Pensamos em ser uma referência. Quando começamos do zero não se pode esperar muita coisa. Estava preparado para operar no prejuízo por mais tempo. Hoje 80% do nosso faturamento ainda vem do serviço de transporte fretado que já fazíamos. Barra Grande tem uma configuração natural muito rica. Queremos nos consolidar ocupando uma lacuna muito importante para o desenvolvimento, que é o transporte”, disse Lira.
Mais de 10 viagens e um café
A paixão pelo local fez três amigas viajarem por, pelo menos, 10 vezes para lá. Entre tantas idas e vindas, a jornalista Juliana Nogueira e as fonoaudiólogas Priscila Franco e Lidiana Pires, perceberam que alguns serviços estavam deixando a desejar e foi aí que nasceu o Café Ternura.
“Comecei a me indagar como podia uma local de grande potencial turístico não ter uma linha executiva direta para lá. Como todo piauiense, vi que Barra Grande está sendo mencionada como um dos melhores roteiros de férias no Brasil e não tem como não ter um potencial comercial”, avaliou.
Para Marcos Lira, o retorno tem sido razoável, já que a expectativa é inicialmente ser um catalizador de negócios no Litoral e fazer com que o serviço seja prestado com qualidade.
“Pensamos em ser uma referência. Quando começamos do zero não se pode esperar muita coisa. Estava preparado para operar no prejuízo por mais tempo. Hoje 80% do nosso faturamento ainda vem do serviço de transporte fretado que já fazíamos. Barra Grande tem uma configuração natural muito rica. Queremos nos consolidar ocupando uma lacuna muito importante para o desenvolvimento, que é o transporte”, disse Lira.
Mais de 10 viagens e um café
A paixão pelo local fez três amigas viajarem por, pelo menos, 10 vezes para lá. Entre tantas idas e vindas, a jornalista Juliana Nogueira e as fonoaudiólogas Priscila Franco e Lidiana Pires, perceberam que alguns serviços estavam deixando a desejar e foi aí que nasceu o Café Ternura.
Segundo elas, a ideia foi pensar em algo que não precisasse de um investimento tão alto e por esta razão pensaram no café. “Fizemos mais uma viagem para Barra Grande e na volta já colocamos tudo no papel e iniciamos as compras. No dia 18 de dezembro do ano passado, durante nossas férias, abrimos o Café Ternura", contou Juliana Nogueira.
A experiência do trio deu tão certo que as amigas arrumaram as malas e se mudaram de vez de Teresina para Barra Grande. No entanto, hoje o empreendimento está sendo administrado apenas por Priscila e Juliana, já que a outra amiga passou em um concurso e está morando no Ceará. Funcionando em um novo espaço, o café foi reaberto essa semana e as meninas continuam empolgadas com as potencialidades de Barra Grande.
A experiência do trio deu tão certo que as amigas arrumaram as malas e se mudaram de vez de Teresina para Barra Grande. No entanto, hoje o empreendimento está sendo administrado apenas por Priscila e Juliana, já que a outra amiga passou em um concurso e está morando no Ceará. Funcionando em um novo espaço, o café foi reaberto essa semana e as meninas continuam empolgadas com as potencialidades de Barra Grande.
Para a analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Valcledes Moura, antes de arriscar qualquer negócio, o empreendedor deve avaliar inicialmente a cidade onde vai se instalar e saber como funcionam os serviços básicos (água, energia, telefonia e transporte).
"A logística deve ser levada em consideração. Como meu fornecedor vai chegar até aqui? De onde vou comprar? O que a prefeitura tem feito? Todas essas são perguntas que merecem ser feitas quando se pensa em abrir um negócio. No caso de Barra Grande, os empreendedores estão sabendo aproveitar esse momento bom e a divulgação da Rota das Emoções tem chamado a atenção para o local", destacou a analista.
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