Por:Zózimo Tavares
Diz-se que, na política, só se escreve a carta depois que se recebe a resposta. Sabedor deste velho ensinamento, o vice-governador Zé Filho não quis saber de encompridar o bate-boca entre o presidente regional do seu partido, o deputado federal Marcelo Castro, e o ex-prefeito Sílvio Mendes. Os dois andaram se estranhando na semana passada.
O presidente do PMDB garantiu em entrevista que, se o seu partido chegar ao poder, a chance de ceder a cabeça de chapa para o tucano sair candidato à sucessão do governador Wilson Martins é zero. Que, em suas palavras, o ex-prefeito se contentasse com a vaga de candidato a vice-governador. Aí foi a vez de Sílvio dar o troco: a chance de ele concorrer ao cargo de vice também é zero.
Zé Filho preferiu tirar a discussão do zero a zero e convidou o ex-prefeito para jantar em sua residência, juntamente com o prefeito Firmino Filho e o ex-senador Freitas Neto. Conversaram à vontade, na segunda-feira à noite, não selaram compromissos, mas mantiveram abertas as portas do entendimento entre o PMDB e o PSDB para as próximas eleições.
O ex-prefeito disse ontem que saiu satisfeito do encontro com o vice-governador, "até porque a conversa dele comigo tem sido a mesma, desde fevereiro deste ano". Sílvio garantiu que não havia tensão nas relações de seu partido com o PMDB, apenas uma divergência pontual exposta publicamente entre ele e o deputado Marcelo Castro.
O gesto do vice-governador em procurar o ex-prefeito foi providencial, para evitar que a situação evolua para uma crise. A lei número 1 da política recomenda o diálogo em primeiro lugar. O PMDB não pode se dar ao luxo de ficar isolado no tabuleiro da sucessão. O seu principal concorrente, senador Wellington Dias, vem costurando um arco de alianças com partidos de oposição e do governo.
Se, dentro do PMDB, alguém procura afastar um partido como o PSDB do palanque do vice-governador, é porque ou está calculando mal ou porque está jogando em outro time, embora vestindo a camisa do partido.
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