Wilson não quer Zé Filho?

O governador Wilson Martins só pode é ter comido manga com febre. A sua exigência para que o PMDB apresente um Plano B, para o caso de a candidatura de Zé Filho não vingar, não tem cabimento. Eleição se faz com risco. Se ele não acredita em seu vice, que não saia do governo, sacrifique sua candidatura ao Senado e banque outra alternativa à sua sucessão.

Nas eleições de 2010, estava muito claro que Wilson Martins, vice-governador de Wellington Dias, seria a última opção do Palácio de Karnak. O governador petista sinalizava reiteradamente que o candidato de sua preferência era o senador João Vicente Claudino, presidente regional do PTB.

E por quê? Era JVC que liderava as pesquisas de intenção de voto dentro do esquema governista. Wilson aparecia atolado em menos de 5%. Na última hora, porém, Wellington deu uma rasteira espetacular no senador e entregou o governo a Wilson. Em três meses, o novo governador botou o pião na unha, assumiu a liderança das pesquisas e ganhou a eleição.

Um vice-governador engessado é uma coisa. Ele tem que medir os passos, as palavras e os gestos. Um governador com a caneta na mão é outra, bem diferente. Wilson, que viveu os dois papéis, sabe muito bem disso. Então, não tem motivo para ficar criando tanto constrangimento para seu vice.

A não se que, de fato, seu projeto político para 2014 seja outro, que Zé Filho esteja totalmente fora de seus planos. Nesse caso, uma hipótese a ser considerada seria a da reaglutinação do esquema político vitorioso em 2010, com o senador Wellington Dias encabeçando a chapa de governador. 

E por falar em avaliação, como anda mesmo o desempenho do governo Wilson Martins? Por que, desde que tomou posse, ele jamais divulgou uma pesquisa sobre a avaliação do seu governo? Será que os números são sempre tão vexatórios assim? Ou simplesmente ele não está querendo assustar os adversários?

 Por:Zózimo Tavares