Quatro anos sem Alberto Silva. 2ª Parte

Alberto Silva e o litoral do Piauí.

        Nos períodos administrativos e nos governos de Alberto Silva nosso litoral recebeu investimentos monumentais em obras de infra-estrutura como a construção da ponte do Jandira (na época presidente da EBTU) e a ponte Simplício Dias, no Rio Igaraçu. Asfaltou as estradas ligando Parnaíba-Teresina, Parnaíba-Maranhão e Parnaíba-Ceará. Fez estradas ligando Luís Correia a alguns povoados e interligando Parnaíba aos Morros da Mariana, Tatus e Pedra do Sal, onde foram construídos três grandes restaurantes e calçadões com pedra portuguesa na orla da praia, com grande estacionamento.          

         Para incrementar o turismo, Alberto começou a restauração dos antigos prédios do complexo do Porto das Barcas (deixou aprox. 90% feito), o Hotel Balneário Atalaia, o Hotel Delta/Rio Parnaíba, a colônia de férias do IAPEP e o Iate Antares. Asfaltou a estrada de acesso a praia do coqueiro, batizada por ele de Avenida Piauí, e a Av. Beira Mar na praia de Atalaia, onde fez 40 bares, nomeando de Av. Teresina, onde construiu uma pista dupla com duas faixas e estacionamento nos quatro lados. Para evitar que os proprietários habitassem nos novos bares fez um conjunto residencial para moradia próximo do local. Fez o plano urbanístico do bairro Atalaia, onde todas as ruas têm o nome das cidades piauienses (até hoje ainda são ruas de areia).

         Na indústria incluiu Parnaíba entre as cidades que teriam a Zona de Processamento para Exportação (ZPE). Incentivou a produção pesqueira e criou o entreposto pesqueiro de Luís Correia, como marco a IPECEA. Iniciou o Distrito de Irrigação Tabuleiros Litorâneos, que incluía em sua estrutura indústrias de esmagamento e fabricação de sucos. Fundou a Cooperativo Delta, incentivando a criação da bacia leiteira do baixo Parnaíba.

        Incentivando a qualidade e tecnologia, conseguiu para Parnaíba um campo da Embrapa e o Centro de Pesquisa Agropecuária. Iniciou a construção do matadouro industrial de Parnaíba deixando 80% construído, mas transformado em Quartel de Polícia Militar no bairro Joaz Sousa pelo sucessor. Para suportar toda esta demanda de desenvolvimento, trocou toda a rede elétrica de Parnaíba e Luís Correia e construiu o atual prédio da Eletrobrás em Parnaíba. Na Educação fundou a Universidade Federal (Campus Universitário Reis Veloso), o Centro Social Urbano (onde funciona a Prefeitura), Centro Materno Infantil e Colégio Polivalente Lima Rebelo.

        Ampliou o Aeroporto de Parnaíba e construiu o terminal de passageiros. Fez o dique (paredão de pedras) como proteção e desvio da correnteza do rio Parnaíba com o rio Igaraçu e abriu com homens e máquinas o canal principal do rio Igaraçu na altura do povoado Sossego, mudando o curso natural do rio para que a água chegasse mais rápido ao mar. Conseguiram verbas federais para Parnaíba que tinha na época, como Prefeito seu irmão, Dr. João Silva Filho e construiu o muro de contenção das águas do rio Igaraçu evitando os alagamentos que eram constantes nos Bairros Coroa (atualmente Bairro Do Carmo) e Tucuns (hoje Bairro São José).

        Antes do governo de Alberto, nossas praias eram locais proibidos de desenvolver. Qualquer obra que era construída a Capitania dos Portos e SPU mandavam derrubar. Fosse rico ou pobre ninguém podia construir no litoral piauiense. Em seu governo, o gerente do patrimônio da união, no Piauí, na direção do Dr. Cajubá Neto, decifrou a lei como todos os outros estados brasileiros interpretavam: É da União, então é de todos nós. Dentro da lógica, e respeitando a distância que é considerada linha de praia, começou a grande fase de construções de casas de veraneios e residências em nosso litoral, efetivando a presença de milhares de pessoas investindo, construindo e vindo constantemente em temporadas e nos finais de semana, gerando empregos, movimentando o comércio e criando uma expectativa de progresso.

         Para oferecer uma melhor estadia ao visitante, obteve do SPU uma secção de terras onde construiu um camping, um balneário, chalés, praça de eventos e estacionamento. Uma grande área ficou reservada para a construção de hospedarias, que receberiam os visitantes vindos no trem e onde ficaria também o estacionamento dos ônibus de turismo. Plantou vegetações rasteiras e fez cercas para conter o avanço das dunas na cidade de Luis Correia.

         Uma sugestão para homenagear este grande homem em nosso litoral será dar seu nome a uma grande avenida. Sugestão: A continuação da São Sebastião, da Av. Francisco Borges até Luis Correia, com o nome de Av. Gov. Alberto Silva. Uma avenida dupla, de três faixas, com canteiro central e com espaço para um parque ambiental continuando o padrão que vem tendo desde a Avenida Capitão Claro. Este projeto da avenida já existiu na sua época de governador onde foi feita de barro e chegou até a localidade conhecida como Manequim, na estrada da lagoa do Portinho. Hoje são estreitas trilhas de areia. O mato já fechou quase tudo!

          Observação: A pista da praia de Atalaia recentemente foi reformada. No projeto Orla, desrespeitando a grande obra de engenharia feita por Alberto Silva, diminuíram drasticamente o estacionamento e com péssima ideia do arquiteto, fez 34 banheiros como fachada principal da avenida. Também desnivelou e estreitou a pista, encheu de coxias, arrancou toda a base de pedras do calçamento, criou varias curvas e para não deixar estacionar nos calçadões rodearam toda a pista com barras de ferro, apelidados pelos motoristas de amassa porta,... Que saudade da pista antiga!   

          O parnaibano não soube continuar os projetos de Alberto Silva e o desprezou. Teresina soube aproveitar bem as obras de Alberto Silva e o idolatrou. Teresina continua vencendo! Parnaíba tem tudo para vencer: A semente do trabalho de Alberto no litoral ficou plantada e fértil!

Por Paulo Henrique Neves