Cel. Simplício Dias da Silva |
Hoje, comemoramos 191 anos da data em que o Cel. Simplício Dias da Silva na frente do Senado da Câmara, onde atualmente funciona a Empresa dos Correios e Telégrafos, conclamou a comunidade da então Villa de São João da Parnahiba a aderir ao brado de Independência proclamado por Dom Pedro às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, quando a partir daí muitos fatos se sucederam na região entre eles a perseguição, sequestro dos bens e prisão de familiares dos líderes do movimento. Nesse contexto, dois nomes surgem como mártires daquele ato brasílico: O brasileiro Cap. Antonino Ferreira de Araújo Silva e o português Cel. Manuel Antônio da Silva Henriques (senador da câmara).
A respeito do primeiro, sabe-se que em 1822 era Capitão do Regimento de Milícias Portuguesa que foi comandada em Parnaíba pelo Coronel Simplício Dias da Silva. No movimento da Independência do Piauí, foi preso a bordo do Brigue de Guerra Infante Dom Miguel por ter remetido armas para as tropas em arregimentação no Ceará por Simplício Dias da Silva e o Alferes Leonardo de Carvalho Castello Branco. Assim como Simplício Dias, em 1823, era um dos 19 donos da Ilha Grande de Santa Isabel e propriedades na Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, Província do Piauí, Bispado de São Luiz do Maranhão.
João Cândido de Deus e Silva |
O Cap. Antonino Ferreira de Araújo Silva, deixou muitos descendentes nos vales dos rios da bacia do Baixo Parnaíba. Era integrante do clã dos Dias da Silva, conforme atestam as procurações datadas de 9 de março de 1823, outorgadas ao cidadão Onofre José de Melo para resolver negócios em Campo Maior a mando de Simplício Dias da Silva e Justina Jozefa Dórea da Silva (viúva de Raimundo Dias da Silva)_, nas quais, foram testemunhas o referenciado Capitão Ferreira de Araújo e o Capitão Domingos de Freitas Caldas. Era filho de Domingos Dias da Silva, bem como, meio-irmão de Simplício Dias da Silva e Raimundo Dias da Silva. Exercia as funções de Juiz de Paz na Villa de São João da Parnahiba em 1832, quando se julgou suspeito para efetuar a partilha dos bens dos finados Simplício Dias e Raimundo Dias, por ser cunhado e tio das partes envolvidas, conforme consta no inventário de avaliação efetuado em 1832, assinado pelos herdeiros Maria Izabel Thomázia de Seixas e Silva, seus filhos Coronel Antônio Raimundo de Seixas e Silva, Tenente Simplício Dias de Seixas e Silva, Dona Helena Amália de Seixas Dias da Silva, Capitão José Francisco de Miranda como Administrador de sua mulher Dona Carolina Thomazia Dias da Silva Seixas; e Dona Justina Josefa Dória da Silva e seus filhos, Capitão Simplício Raimundo Dias da Silva, Tenente Raimundo Dias da Silva, Dona Lucrécia Brígida Dias da Silva, Dona Eulália Lucinda Dória da Silva..
Alferes Leonardo de Carvalho Castello Branco |
Major José Francisco de Miranda Osório |
Após a morte de Simplício Dias, por ocasião da adesão dos oficiais da força armada de Parnaíba, José Benedito Ferreira de Veras, Domingos Ferreira de Veras e Luís Barroso de Veras, em Frecheiras (Cocal) a causa dos “BALAIOS”, foi destacado por Miranda Osório para conter o movimento naquela localidade, onde em 13/07/1839, foi assassinado. Face a isso, em 10/10/1839, os balaios são derrotados em Frecheiras, por tropas legalistas sob o comando de Miranda Osório, e finalmente em 15/10/1839, dá-se a batalha final da luta “balaia” no norte do estado do Piauí, quando no lugar Contendas, atualmente município de Cocal (PI), os revoltosos são derrotados tendo os chefes Cabral e Luiz Barroso Veras, fugidos para o Maranhão.
O fundador de Piripirí – Padre Freitas [Domingos de Freitas Silva] - em seu testamento concluído em 10 de outubro de 1862, e aberto em Piracuruca no dia 28 de dezembro de 1868, menciona o seu nome no pagamento feito em favor do casal Tenente Coronel Raimundo Dias da Silva e sua esposa Justina Jozefa Dórea da Silva, quando o seu meio-irmão ainda vivia.
João José da Cunha Fidié, Tenente-General Ainda com Major foi nomeado Governador das Armas da província do Piauí |
Simplício Dias em carta a Dom Pedro I, em 1823, diz que ele é seu irmão, e que foi preso no vaso de guerra Infante Dom Miguel, porque enviou armas para o mesmo no Ceará, onde o ele organizava tropa para retomar a Villa de São João da Parnahiba, em poder do Major João José da Cunha Fidié, após a sua invasão. Por essa razão, teve os seus bens saqueados pelos militares portugueses deixando-o arruinado financeiramente.
Entre seus descendentes, Domingos Ferreira de Araújo teve filhos com Felicidade Senhorinha de Jesus, entre eles, Mariano Ferreira de Araújo, nascido no Buriti dos Lopes em 1895, este, casado com Gonçala Ferreira Véras, oriunda da localidade Leitão, próxima ao povoado Bitupitá (orla marítima), hoje município de Barroquinha (CE).
Mariano Ferreira de Araújo e Gonçala Ferreira Veras, tiveram como filhos, Maria das Dores Araújo Silva, José de Jesus Araújo, Mário da Cruz Araújo, Francisco de Assis Araújo e Luiz Gonzaga de Araújo. Todos os homens ingressaram nas forças armadas, exército, aeronáutica e marinha, estando ainda vivos em 2013, os oficiais da reserva remunerada do exército - José de Jesus Araújo, e marinha - Luiz Gonzaga de Araújo.
Da série: Estórias a Respeito da História da Parnaíba
Phb.19/10/2013. Vic.
Por Vicente de Paula Araújo Silva “Potência”
Edição do Jornal da Parnaíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa postagem
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.