As manifestações simultâneas de mais de 200 mil pessoas nas ruas das grandes cidades brasileiras e até no exterior, sacudiu o país – algo só visto há 20 anos, com os cara-pintadas que derrubaram Collor da presidência - e expôs as chagas da insatisfação popular com a impunidade, corrupção generalizada, deficiência na saúde pública, falta de segurança, educação capenga e falta de crença do povo nas instituições do país. Os episódios de violência que ocorreram, com depredação e destruição do patrimônio público e alheio foram operados por minorias oportunistas e que devem ser combatidas por uma polícia inteligente e infiltrada. Ainda com bandeira difusa, o movimento, inequivocamente, acendeu no país a chama da indignação. Ficou muito claro, numa comparação com manifestações de dias anteriores, ancoradas no aumento das passagens de ônibus simultâneas em diversas capitais, que o movimento transcende o aumento de alguns centavos na conta pessoal do brasileiro. A roubalheira, embutida nos bilhões aplicados em estádios monumentais, com orçamentos elásticos, enquanto faltam recursos para saneamento básico, salário de professores, é apenas a ponta do iceberg. O brasileiro está descrente, cansado com a corrupção deslavada no setor público, que especialistas avaliam em mais de R$ 80 bilhões ao ano com impostos absurdos, escorchantes, que abocanham cinco meses de salários do trabalhador todo ano, sem retorno em obras e serviços essenciais. Se é difícil interpretar o sentimento de cada um que foi às ruas ou aplaudiu das janelas, uma conclusão ficou evidente: o povo está indignado e revoltado com “tudo isto que está ai”. Esse filme já esteve em cartaz, tempos atrás. Ulisses Guimarães gostava de lembrar a importância de ouvir a voz rouca das ruas.
19 de jun. de 2013
A voz rouca das ruas
As manifestações simultâneas de mais de 200 mil pessoas nas ruas das grandes cidades brasileiras e até no exterior, sacudiu o país – algo só visto há 20 anos, com os cara-pintadas que derrubaram Collor da presidência - e expôs as chagas da insatisfação popular com a impunidade, corrupção generalizada, deficiência na saúde pública, falta de segurança, educação capenga e falta de crença do povo nas instituições do país. Os episódios de violência que ocorreram, com depredação e destruição do patrimônio público e alheio foram operados por minorias oportunistas e que devem ser combatidas por uma polícia inteligente e infiltrada. Ainda com bandeira difusa, o movimento, inequivocamente, acendeu no país a chama da indignação. Ficou muito claro, numa comparação com manifestações de dias anteriores, ancoradas no aumento das passagens de ônibus simultâneas em diversas capitais, que o movimento transcende o aumento de alguns centavos na conta pessoal do brasileiro. A roubalheira, embutida nos bilhões aplicados em estádios monumentais, com orçamentos elásticos, enquanto faltam recursos para saneamento básico, salário de professores, é apenas a ponta do iceberg. O brasileiro está descrente, cansado com a corrupção deslavada no setor público, que especialistas avaliam em mais de R$ 80 bilhões ao ano com impostos absurdos, escorchantes, que abocanham cinco meses de salários do trabalhador todo ano, sem retorno em obras e serviços essenciais. Se é difícil interpretar o sentimento de cada um que foi às ruas ou aplaudiu das janelas, uma conclusão ficou evidente: o povo está indignado e revoltado com “tudo isto que está ai”. Esse filme já esteve em cartaz, tempos atrás. Ulisses Guimarães gostava de lembrar a importância de ouvir a voz rouca das ruas.
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