Estudante deixa Parnaíba, PI, para cursar biotecnologia em Mossoró, RN

Walter Farias Júnior escolheu a instituição potiguar para a graduação.

Para ele, o Rio Grande do Norte era o local mais próximo do seu estado.

Piauiense com os novos colegas na UFERSA (RN) (Foto: Arquivo Pessoal/Walter Farias Júnior)

A paixão pela ciência e tecnologia levou o estudante Walter Farias Júnior a deixar a cidade de Parnaíba, no Litoral do Piauí, para buscar na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) em Mossoró, Rio Grande do Norte, o seu primeiro título de graduação. Aprovado pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o jovem optou por cursar biotecnologia na instituição potiguar.

Levantamento do MEC obtido com exclusividade pelo G1 mostra que 13% dos aprovados no Sisu migraram de estado.

Aos 18 anos de idade, Walter Farias decidiu ainda no ensino médio que queria estudar os vegetais, fungos, bactérias e desenvolver tecnologias ligadas à biologia. “Entre os locais onde havia oferta de vagas para o meu curso, o Rio Grande do Norte era um dos locais mais próximos do meu estado de origem. Como no Piauí não tinha oferta para biotecnologia, resolvi fazer essa escolha”, diz.

A instituição escolhida pelo piauiense fica distante 730 km da sua cidade natal. São quase dez horas de viagem. O jovem buscou as informações sobre a Universidade Federal Rural do Semiárido na internet. Além de ofertar o curso que Walter buscava, a Ufersa teve cursos avaliados pelo Ministério da Educação com nota 4.

“Vi que era um local que estudava com um foco onde desejava, a parte da ciência agregada à tecnologia, seja ela na parte do estudo dos vegetais e dos animais como também das engenharias voltadas a isso. A avaliação do curso pelo MEC também foi importante”, ressalta.

Ex-aluno do Colégio Nossa Senhora das Graças, Walter Farias utilizou a disciplina e horas dedicadas ao estudo para conseguir boas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e poder entrar na concorrência do Sisu.

“Tinha aulas de segunda a sábado das 7h às 12h20 e simulados nas quintas-feiras à tarde para treinar para a prova do Enem. Isso teve um papel fundamental para eu conseguir um bom desempenho na prova nacional. Em casa, estudava mais algumas horas para conseguir uma nota que me aprovasse para o curso que almejada a partir do Enem”, relembra.

Vida longe da família
O estudante piauiense teve que deixar o aconchego da casa no bairro Nova Parnaíba da cidade litorânea do Piauí para iniciar uma nova fase de sua vida. Longe dos pais e do irmão, Walter hoje divide uma casa em Mossoró com outro estudante.

Walter Farias Júnior deixou a família em Parnaíba,
no Piauí para estudar Biotecnologia em Mossoró
(Foto: Walter Farias Júnior/Arquivo pessoal)

“Nunca é fácil abandonar a família, e o que agravava a situação é que eu não conhecia ninguém em Mossoró. Sempre bate a saudade dos familiares, mas para isso eu lembro que é o futuro que vim construir aqui e isso diminui mais esse sentimento. Sempre fico contando os dias para dar um pulinho em casa, mas agradeço a Deus por tudo”, diz.

Vencedor de algumas premiações em concursos fotográficos, Walter Farias é também apaixonado por registrar imagens e integra o Parnaíba Foto Clube. Os passeios para fotografar com os amigos cederam espaço às aulas de química, anatomia, morfologia vegetal, biofísica, entre outras disciplinas.

Dicas do parnaibano
Para quem está chegando ao Piauí ou tem o estado como opção para algum curso superior, Walter Farias garante que as universidades oferecem bons cursos e que a cidade de Parnaíba é acolhedora.

O campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI), por exemplo, conta com os cursos de turismo e fisioterapia, que não são ofertados na capital Teresina. A cidade parnaibana também conta com um campus da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que oferece os cursos de direito, enfermagem, odontologia, entre outros.

Entre as opções de espaços para estudos, Walter cita a Biblioteca do Sesc, localizada na Rua Monsenhor Joaquim Sampaio, no Centro, e a Biblioteca Pública de Parnaíba, que fica na Avenida São Sebastião, um dos principais corredores da cidade.

“Para alunos da UFPI, o campus conta com o Restaurante Universitário, onde o preço é acessível para estudantes da instituição. Mas na região há self-services e durante a noite ao longo da Avenida São Sebastião há várias lanchonetes e pizzarias”, sugere.

Segundo ele, o transporte público na cidade é feito por meio de vans, serviço que muitas vezes não consegue atender a demanda de passageiros.

Para o lazer nos finais de semana, a cidade dispõe de vários bares e uma boate com choperia, conclui.

Patrícia AndradeDo G1 PI