8 de jan. de 2013

"O que é ser Cidadão Parnaibano"


Iweltman Mendes - Foto: Folha de Parnaíba
vereador Carlson Pessoa(PSB) reavivou semana passada, numa reunião de vereadores na Câmara, a história de um título de cidadania parnaibana que em março de 2002 a Câmara Municipal concedeu ao professor Iweltman Mendes, então secretário municipal de educação, gestão Paulo Eudes.
Carlson queria se inteirar do assunto, na intensão de corrigir uma injustiça do Legislativo local, contra um cidadão que, em diversas ocasiões, demonstrou amor àcidade, constituindo-se em um dos maiores pesquisadores de sua história.
O projeto de lei, apresentado na época pelo vereador Reinaldo Filho, foi aprovado em primeira instância, porém, na sessão seguinte em que ocorreria a segunda e definitva votação, a matéria não entrou em pauta e não se falou mais no assunto. Supõe-se que houve uma “manobra politiqueira”, por parte da bancada de vereadores “viúvas” e seguidores da orientação política do ex-prefeito (Moraes Sousa Filho) que havia sido derrotado pro Paulo Eudes. E Iweltman era ferrenho crítico das muitas bobagens feitas por Zé Filho no exercício do mandato.
Chateado com a “manobra”, Iweltman Mendes publicou no jornal “Terra Norte” um artigo denominado “O que é ser cidadão parnaibano”, do qual extraímos alguns trechos:
O que é ser cidadão parnaibano
“Para um homem de bem não existem fronteiras” – assim pronunicou-se Charles Chaplin ao ser expulso dos Estados Unidos após décadas de trabalho em prol do Cinema Americano.
A história está repleta de exemplos onde o reconhecimento do público nem sempre é acompanhado do reconhecimento das autoridades. O trabalho de Chaplin eternizou-se, no entanto, caiu no esquecimento o nome da autoridade que se achava poderosa e que autorizou a expulsão e cassação de sua cidadania americana.
O Poder é efêmero, o trabalho é eterno.
Desde quando aqui cheguei, em janeiro de 1992, aprovado em concurso público para trabalhar na Universidfade federal, integrei-me completamente à vida da cidade, passando a admirar sua beleza, respeitar seu povo bom e amigo e, como cidadão, criticar, denunciar quem dela se utiliza para locupletar-se.
O título de cidadania a mim negado formalmente pela Câmar Municipal, há muito já o havia conquistado pelo respeito que o povo tem a mim, pelo reconhecimento que pais, professores, servidores têm pelo meu trabalho. A minha cidadania parnaibana eu a construo a cada dia(...).
Não é a ausência de um papel (título) que me fará um maior ou menor parnaibano, já o sou e considero-me assim, desde que aqui ministrei minha primeira aula; desde quando ajudo  a reconstruir sua história através de minhas pesquisas e publicações de meus trabalhos; desde quando ingressei na Academia Parnaibana de Letras; desde quando ingressei e presidi o mais antigo Club de Rotary da cidade; desde quando frequentei a augusta Loja Fraternidade Parnaibana(...); desde quando entreguei ao solo desta cidade meu amor maior e mais sagrado bem, minha filha Ianne.
Não será pelo voto de um vereador de tendências fascistas, que a única coisa que aprendeu ao longo de duas décadas como homem público foi tirar  proveitos próprios e familiares e ser lacaio de um griupo familiar que quer perpetuar-se no poder da cidade, que irei baixar a cabeça e reduzir meu ritimo de trabalho por Parnaíba (...).
Sou como tantos outros “forasteiros”, cearenses, maranhenses, paraenses, pernambucanos, que ajudaram ao longo da história e ajudam no nosso dia a dia a construir essa cidade.Não haverá títulos de cidadania para todos nós, mas no entanto, o coração materno e sagrado do Coletivo Parnaibano acolheu a todos nós. Viva a Parnaíba, viva o Piauí”.
Com o estado de saúde inspirando cuidados, os amigos de Iweltman Mendeschamam a atenção do Legislativo Parnaibano, para esta homenagem merecida que continua em aberto, carecendo de correção.
Por Bernardo Silva/Proparnaíba

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