A cidade gaúcha de Santa Maria acordou neste domingo dia 27 de janeiro fazendo fumaça por todos os lados e acabou acordando o Brasil. Acordou o Brasil em cima de uma tragédia dentro de uma boate, frequentada por jovens universitários, aonde 231 deles acabaram morrendo e outros tantos ainda estão feridos em conseqüência de um incêndio pavoroso. A proporção deste acidente o coloca entre um dos maiores já ocorridos no Brasil.
Mas nos transportemos agora para uma cidade a milhares de quilômetros de distância da rica Santa Maria no Rio Grande do Sul, Parnaíba, no Piauí, que na definição de um amigo que por nada nesse mundo eu revelo o nome, é a “Mississipi nordestina, elegante e decadente”.
Alguém pode dizer amanhã que estou exagerando nas premonições ou vendo perigo aonde ele não existe ou sequer tem risco de passar perto. A gaúcha e a piauiense têm pontos em comum: são, respeitadas as proporções, de boa economia e tem uma população jovem e universitária, que certamente têm nas festas em boates seu ponto de encontro.
Pois muito bem. Não é de hoje que venho denunciando e apontando falhas nestes locais de diversão desses rapazes e moças. Creio até que outras pessoas também responsáveis também já fizeram ver os riscos de certos espaços serem tomados nos finais de semana sem que apresentem as mínimas condições de segurança. Estou exagerando? Não. Já tenho ouvido de uma ou mais autoridade a afirmação de que esta ou aquela boate, clube de shows não tem saída de emergência, extintores de incêndios com validade vencida e não pronto para desempenho, trabalha com pessoal incapacitado e outras coisinhas mais.
Todo mundo aqui gosta ou faz por onde trabalhar com gambiarra, dando aquele clássico jeitinho brasileiro na coisa. E aí quando acontece uma tragédia igual essa lá de Santa Maria, no Rio Grande do Sul ficam querendo tirar da reta. Conheço na Parnaíba alguns lugares aonde se realizam eventos impróprios para estas finalidades.
Quer mais? Auditório da UESPI, na avenida Nossa Senhora de Fátima. Mal planejado, pequeno, sem saídas de emergência, disposição dos assentos feita de forma errada e até se crê que os equipamentos contra incêndio não estejam validados. Numa situação a acima mencionada, muita gente vai morrer pisoteada ou no mínimo perder a sandália havaiana. Outro? Teatro do SESC, na avenida Presidente Vargas.
Pela primeira vez na vida eu conheci um teatro em piso superior. Nem no Japão, Marrocos ou Mumbai, na índia. O SESC Avenida tem uma escadinha bem estreita e por estar num piso superior não tem como ter saída de emergência. Só se for de para- quedas. Eu até que poderia me alongar no assunto, mas deixa para a próxima... porque se eu tiver que nomear todos aqui neste espaço vou passar o tempo inteiro
Por: Pádua Marques
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