O
diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner,
disse nesta quarta-feira (14) que o governo não tem como reduzir a conta de luz
no país “se alguém não perder.”
Hübner se refere às geradoras (usinas
hidrelétricas e térmicas), transmissoras e distribuidoras cujas concessões
vencem entre 2015 e 2017, alvo do plano de barateamento da energia do governo.
O projeto prevê a
renovação dessas concessões por até 30 anos, desde que as empresas aceitem
novas condições impostas pelo governo, entre elas o corte, de até 70%, na
remuneração que recebem pela prestação do serviço.
“Não tem como reduzir a conta de energia no Brasil se alguém não perder. Não
tem mágica. Não consigo manter o ganho das empresas e ao mesmo tempo reduzir o
custo da energia”, disse Hübner, durante audiência no Senado que debate a media
provisória 579, que permite a renovação das concessões.
Nas últimas semanas, governo e concessionárias travam um embate por conta dos
valores de remuneração e de indenização oferecidos dentro do plano. Algumas
empresas ameaçam não aceitar as condições para aderir ao plano. Neste caso,
elas permanecem à frente dos empreendimentos até o fim das concessões,
recebendo a mesma remuneração de hoje, mais alta.
Hübner disse que a remuneração recebida atualmente por parte dessas empresas “é
muito alta” e considerou natural que elas briguem para manter seus rendimentos.
Segundo o diretor da Aneel, porém, as empresas “terão que se readaptar” às
novas condições definidas pelo governo para o setor de energia.
Redução da conta de luz
O plano do governo prevê redução no custo da energia entre 16,2% e 28% a partir
do ano que vem. Para isso, foram adotadas duas medidas.
A primeira é a renovação, por até 30 anos, das concessões de geração,
transmissão e distribuição que vencem entre 2015 e 2017. Em troca disso, as
empresas têm que aceitar um corte, de até 70%, na remuneração pelo serviço
prestado por elas.
A outra parte virá da eliminação, da conta de luz, de dois dos encargos
setoriais incidentes: a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e a Reserva
Geral de Reversão (RGR). Já a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) será reduzida
a 25% de seu valor atual, e assume o custeio de programas contidos nos outros
dois.
Os concessionários enquadrados no plano dizem que a
remuneração é baixa. Eles também questionam os R$ 20 bilhões oferecidos pelo
governo em indenizações às empresas por conta de investimentos feitos nos
últimos anos e que não terão tempo de ser amortizados (pagos via tarifa).
Fonte: G1
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