15 de out. de 2012

Parnaíba: praça pra quê?


Foto: Proparnaiba.com
Em Parnaíba, homens como Constantino Correia, Ademar Neves e Mirócles Véras construíam, na primeira metade do século XX, uma cidade bela e progressista.
É da genialidade de Constantino Correia o traçado magnífico do Bairro Nova Parnaíba, espaço antes desprezado e conhecido como Caatinga de Cima. Este projeto foi implementado pela administração prodigiosa do prefeito Ademar Neves, o grande remodelador que fez jus ao Monumento da Águia, no largo do Porto Salgado, quando os operários metalúrgicos parnaibanos simbolizaram a sua profícua administração.
Porto Salgado, início da Rua Grande.
A cidade foi uma das poucas a respeitar os regulamentos escritos vindos de Portugal, e assim já nas primeiras primaveras de São João da Parnaíba, a vila contava com dois belos largos, o da Matriz com suas igrejas, e o Civil, onde se encontravam a Casa de Câmara e Cadeia e o Pelourinho, símbolo do poder do Reino.
Vila de São João da Parnaíba, 1809.
Já na primeira metade do século XX, Parnaíba contava com um número significativo de praças e logradouros: Praça da Graça e Largo do Rosário formavam o nosso principal sítio social. As praças Coronel Osório, Jonas Correia, Lima Rebelo, Santo Antônio, Constantino Correia, Antônio do Monte, Luiz Galhanoni, Miguel Bacelar, Mirócles Véras, Praça da Lagoinha, Praça da Guarita, entre outras. Também faziam parte deste moderno traçado urbano, largas avenidas que embora apenas sinalizadas com suas bocas, esperavam o futuro, caso da Avenida São Sebastião, hoje tomada por bares.
Praça da Graça, com sua bela pérgola. Ao fundo, o Banco do Brasil.
Praça da Graça.
Praça Antônio do Monte.
Praça Lima Rebelo.
Correto do Porto Salgado, no início da Rua Grande.
Rua Grande, hoje Avenida Getúlio Vargas.
Rua Grande, com os prédios da Casa Inglesa (E), e Booth Line & Co (Londres) (D) com o Vice-Consulado Britânico.
Praça Santo Antônio.
Rua Grande, na altura da antiga União Caixeiral.
Final da Rua Grande, onde se juntava ao Largo da Estação Ferroviária.
Largo do Rosário, mostrando a fachada posterior do Parnaíba Palace Hotel.
Praça Coronel Jonas Correia, 1940.
A capital do estado, Teresina, ao contrário de Parnaíba, se embeleza, embora consumindo os poucos recursos do Estado. Na última década de 90, possuía três parques ambientais e 128 praças. Até hoje, estes números aumentaram significativamente, passando para 42 parques e mais de 375 praças, além de 70 áreas verdes.
Em Parnaíba, além de não se criarem espaços públicos, os poucos são tomados por falsos espertos que loteiam os logradouros, fazendo a pior das poluições. Os que nos restam não são cuidados ficando á mercê dos vândalos e ignorantes. Espaços que deveriam embelezar a cidade são invadidos, tornando a parte nova da cidade motivo de tristeza para aqueles que ainda amam esta cidade. Grandes bairros como o Reis Veloso, se quer contam com um espaço verde.
Lembrando da nova ordem mundial que é a preservação do Planeta, a praça que deve ser arborizada minimizando o calor, é um grande sítio social, onde as pessoas não são obrigadas a consumir, nem comida, nem bebida, e lá estão para um momento de descontração e lazer. Seus canteiros também servem de sumidouro de águas pluviais, evitando-se alagamentos.
Vale lembrar o triste fim da praça do não projetado Bairro João XXIII: um administrador público inicia o processo de morte com uma escola; o outro permite uma igreja, e, por fim, a pá de cal, uma quadra poliesportiva. E lá se foi um importante logradouro.
Praça do Bairro João XXIII.
Assim chegou a vez da Praça do Bairro Piauí, que apesar de criada, nunca foi construída, e já está anunciada a sua morte com a construção de uma Unidade Básica de Saúde. Que Deus procure iluminar nossos governantes.
Praça do Bairro Piauí com a construção de uma UBS.
Praça do Bairro Piauí.
Antiga Praça Antônio do Monte.
Praça Constantino Correia.
Antiga Praça Coronel Jonas.
A aridez da Praça Santo Antônio.
Monumento do Centenário da Cidade de Parnaíba na Praça Santo Antônio, que por falta de cuidados perdeu a placa de identificação.

E-mail: diderotmavignier@yahoo.com.br
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