Vanessa Olímpia da Silva, mãe de quatro filhos, está preocupada com o futuro do filho mais novo, Renan. Aos dois anos, o menino calça sapatos número 29, mesmo tamanho que o do irmão de cinco anos. A criança sofre de gigantismo, que é a produção em excesso do hormônio do crescimento, e sindactilia, união de dois ou mais dedos dos pés ou das mãos. Ela teme que o filho seja motivo de piada quando for para a escola.
A mãe de Renan explica que, quando sai com o filho na rua, percebe olhares curiosos, de desprezo e até preconceituosos. Ela afirma que o filho é uma criança normal e muito feliz.
— Ainda não coloquei o Renan na creche porque não sei se as pessoas vão ter paciência para cuidar dele, como colocar o sapato com cuidado. Nem sei o que vou fazer quando for a época de levá-lo à escola, porque tenho medo que coloquem apelidos nele.
Vanessa descobriu que havia algo diferente nos pés de Renan no dia seguinte ao nascimento do filho, quando foi dar o primeiro banho. Ela disse que o médico não tinha mencionado nenhum problema durante o pré-natal.
Segundo Vanessa, Renan não tem dificuldades para andar tampouco de equilíbrio. Contudo, ela ainda procura tratamento adequado para o filho.
Pé gigante não deve parar de crescer
A diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Rio de Janeiro, Flávia Conceição, afirmou que o pé do menino Renan não deve parar de crescer. Após assistir à reportagem da Rede Record, a especialista afirmou que o caso deve ser acompanhado por um pediatra e por um endocrinologista.
Para Flávia Conceição, Renan tem uma alteração nos pés chamada de macrobactilia, que é o aumento dos dedos. Trata-se de uma síndrome congênita que provoca crescimento acelerado da criança nos primeiros anos de vida. Chama-se Síndrome de Proteus, mas não se sabe o que a causa.
— O tratamento é baseado nas alterações que a pessoa apresenta. Se começar a incomodar muito, é tratamento cirúrgico. Não há nada que se possa fazer para diminuir a alteração, nem medicação. Há casos em que, se o pé fica muito grande e isso interfere na atividade diária da criança, poderia ser até um caso de amputação. No caso da sindactilia [dedos colados], ele deve procurar um cirurgião.
A médica também alertou que existe risco de desenvolvimento de tumores benignos, alterações de vísceras ou da pele, como aparecimento de manchas, ou alteração cardíaca.
Fonte: R7
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