Ray fabrica e vende os carrinhos próximo à ponte JK (Foto:Thiago Amaral)
Não precisa nascer em Teresina para ser teresinense. Alguns se tornam por identificação e amor à cidade, como é o caso do Ray dos Carrinhos. Nascido em Pio IX, no interior do Estado, Ray veio para a capital ainda criança com a família e aprendeu a gostar da cidade. Hoje, é conhecido por comercializar suas casas e carrinhos de madeira, além de outros objetos sob encomenda.Foi com apenas seis anos de idade que Ray foi trazido, junto com os irmãos à Teresina, pela mãe que iria trabalhar como doméstica. Após dez anos, a família decidiu voltar para Pio IX, mas o então adolescente não se acostumava mais. “Lá era muito parado pra mim”, diz. O jovem rapaz voltou sozinho para Teresina, trabalhando numa oficina mecânica e, em seguida, como proprietário de uma lanchonete. Após um período de expansão, montando vários pontos pela cidade, Ray teve problemas e foi à falência.
No período difícil, surgiu a oportunidade que o faria conhecido na cidade. Um dia seu filho pediu um brinquedo, mas, sem dinheiro para comprá-lo, Ray fez um carrinho de madeira para o filho brincar. Foi então que ele viu a chance de ganhar dinheiro novamente e falou com a mulher, que pedia esmolas na rua, para oferecer os carrinhos à venda. Espontaneamente, ele pintava nos carrinhos a logomarca de lojas famosas da cidade, que hoje o patrocinam. Com o sucesso do produto, a vida de Ray e de sua família começou a melhorar.
O vendedor fixou com seus carrinhos na entrada da Ponte Juscelino Kubitschek, contribuindo para que seu trabalho ficasse ainda mais conhecido devido à grande quantidade de pessoas que transitam por ali todos os dias. Há alguns anos, além dos carros, Ray fabrica também casas de madeira e recebe encomendas de outros objetos, como aviões e miniaturas de móveis.
Ray não se imagina em outro lugar que não seja Teresina. “O povo daqui me deu tudo”, comenta ele, que afirma até negar propostas de trabalhar fora. “Tem um advogado de Brasília que vive dizendo que me dá casa pra morar lá e fazer uma parceria com ele, mas eu não saio daqui, é difícil até de viajar. Passo anos sem ir a Pio IX”, fala. Ray está expandindo seus negócios, e planeja em breve abrir uma loja de móveis em miniatura e tamanho real.
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