30 de jul. de 2012

Reflexões em torno das eleições municipais


"Devemos dispor melhor da nossa liberdade, participando da campanha eleitoral".

Onde andarão os jovens de 1985? E os de 2012? Onde quer que estejam (nos shoppings e nas redes sociais), como nos faz falta “essa força estranha no ar”, que contagiava todas as gerações! Para despertá-la, somente uma “injeção de utopia” de que nos fala o mestre Valton Miranda (O POVO, 22/7/2012). E aplicada, quem dera!, por um fato histórico já a caminho. 

Mas por que esse desinteresse pela política? Francis Wolf, filósofo francês, em palestra no Fórum Senado Brasil (Senado Federal, 20/6/2012), afirma que, ao conquistar a liberdade na vida privada, o indivíduo passa a depender menos da comunidade e, com isso, se exclui da vida pública, entregando seu poder de decisão a “políticos profissionais”, que, sem cobranças, aprovam ou impõem as medidas que lhes apetecem.

A propósito, para Renato Janine Ribeiro, em artigo sob o sugestivo título “Os políticos vêm de Marte?” (Valor Econômico, 2/7/2012), “O mau político, que abusa do poder a ele conferido pelo voto, encontra um cúmplice no eleitor irresponsável. Um esconde o que fez no mandato, já o outro esconde que fez o mandato daquele”.

De todo modo, eleger um candidato é dar a ele carta branca para decidir sobre as questões mais cruciais da nossa vida: a saúde, a educação, a segurança, o nosso bolso... Por isso, devemos dispor melhor da nossa liberdade (hoje, refém do consumismo), participando da campanha eleitoral, pois somente assim votaremos com a devida responsabilidade. Do contrário, essa carta branca poderá cair nas mãos de um mau político, que fará dela o pior uso possível, e não teremos nenhuma autoridade moral para reclamar.

Por Cláudio Ferreira Lima

Edição Jornal da Parnaíba

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