“Amar a si mesmo é um requisito fundamental para que o ser humano possa vivenciar a felicidade. Embora tenhamos aprendido que a auto-estima é individualista e egoísta, ela é essencial para que possamos nos expor ao mundo com coragem e confiança.”
Ficamos sem entender como em pleno século XXI, num mundo marcado pela violência, pelo individualismo e egoísmo econômico-financeiro alguém possa ter sido tão diferente, pensar diferente e agir diferente do todo, já que o homem é produto do meio e das interações com os seus semelhantes. Como pode alguém se preocupar mais em servir do que buscar benefícios para si. Parece até andava na contramão da história. É muita vezes de causar admiração alguém agir todos os dias, todas as horas com vontade de servir ao “próximo”.
Ao longo de uma vida assistimos o dia-dia dessa jovem, quase santa mulher a servir ao próximo sem distinção, no meio funcional, na sua labuta durante anos, inicialmente como professorinha e depois com caixa do banco do Brasil e no seio familiar. Sua bondade, seu envolvimento, suas preocupações e o seu servir ultrapassava os limites do lógico e da razão. Amava a sua mãe, irmãos e sobrinhos muita mais que a si mesmo ao ponto de abandonar os sonhos de menina-moça, as vaidades e necessidades humanas de mulher jovem, para cuidar de sua casa e de sua gente.
Maria da Conceição incorporou verdadeiramente e sem medidas, o nome de “Maria”, no amar e no servir. Para todos nós, seu sacrifício foi motivo de orgulho, mas também de preocupações, muitas vezes. Assim o tempo passou, naturalmente, como tinha que ser despercebidos nem observamos a vida passar. Quando de repente, “do riso se fez o pranto”, quando ficamos de certa forma incapazes, de certa forma impotentes e não conseguimos ajudar, nem tomar decisões e nem nada foi possível fazer por ela, por aquela que tanto fez que tanto sofreu que muitas vezes emprestou seu ombro para consolar nosso choro e que nos deu seu amor sem fronteiras.
Agora após a sua agonia final, seu último apelo, sua última dor e o calar da sua voz. Somente nos resta um profundo sentimento de perca, a certeza de uma ausência eterna e a saudade que já começa a bater à nossa porta e vem para ficar, temos apenas que chorar e rezar, pois nossas lágrimas não são vãs, são lamentos desesperados pela sua falta, Maria!
Para: Maria da Conceição Carvalho, Maricota
· 15.05.1953
+ 06.04.2012
A mais pura verdade sobre a Maricota, aqui muita saudade...
ResponderExcluirAna Catharina
Lindo texto e se traduz na mais perfeita prova de sua personalidade.
ResponderExcluirSaudade eternas. Um dia pode ter cer-
teza nos encontraremos lá e conversaremos mais. Vamos rir mais e
saber que aqui é apenas uma passagem.
Lindo texto. Só não entendi o por que do termo "professorinha". A profissão docente tem um grande valor para a sociedade,assim como as demais profissões.
ResponderExcluirAnônimo se vc tivesse estudado saberia o por que do termo "profes-
ResponderExcluirsorinha". Há até uma bela música assim; " Professorinha, da escolinha
do bairro que moro." É uma maneira terna, afável e jamais pejorativa
de se chamar um professor. Entendeu
agora?