Carlson,
Ontem, dia 14 de março as 23:30 conduzi uma paciente ao HEDA para atendimento de urgência. Como cidadão de bem e cristão convicto, resolvi visitar os demais leitos objetivando prestar solidariedade aos enfermos e conforto aos seus acompanhantes. Para minha surpresa deparei-me com um jovem paciente, desacompanhado, se queixando de fortes dores pelo corpo, quentura e falta de ar. Dario, professor da rede pública dera entrada naquele P.S e fora submetido ao procedimento de triagem rotineiro. Mesmo tendo recebido atendimento inicial, suas queixas aumentaram progressivamente e o seu desconforto se tornava tão evidente que os companheiros de quarto buscaram auxílio na enfermaria. O procedimento era sempre o mesmo: "... Se você estivesse sentindo muitas dores não estaria falando", "você não tem nada", "isso é manha". Saímos por volta das 12 horas, mas o martírio continuou até o amanhecer do dia, conforme soubemos depois... a cena era de horror, típica de um hospital de campanha militar em pleno campo de batalha. O ambiente fétido e o atendimento frio e desumano por parte de alguns profissionais contribuíram para transformar a cena em uma episódio de terror. Não quero fazer generalizações, até porque sei que no HEDA existem profissionais competentes e vocacionados para o exercício da profissão. Por outro lado, toda pessoa sensata sabe que o atendimento de urgência requer uma conduta serena e sem envolvimento emocional por parte dos plantonistas. O fato é que a cena de agonia daquele cidadão não saia da minha cabeça... Depois tomei conhecimento de que ele viera a óbito em decorrência de complicações cardíacas. Fico pensando no sofrimento pelo qual passou aquela pessoa nos momentos que antecederam a sua morte... a angústia e a ansiedade devem ter sido aterrorizantes! O que teria passado na sua cabeça quando tinha suas queixas negligenciadas por seus semelhantes que ostentam a mesma condição humana? Detalhe: ele estava consciente e, vez por outra afirmava que estava morrendo. Aos presentes só restavam solicitar a presença dos profissionais que ali se encontravam uma vez que não se tinha acesso às informações sobre o seu real estado de saúde.
Não se assustem, caros leitores... esse é apenas mais um episódio a alimentar as estatísticas do nosso falido sistema de saúde.
P.S O que deveria constar como causa mortis no atestado de óbito daquela "vítima"? Vou chutar: "Insuficiência cárdio-respiratória decorrente de negligência médica" Será que fiz um
gol?
Por questões óbvias peço que não divulgue meu nome.
Edson, F
O HEDA está um caos. A estrutura não atende aos mínimos padrões de que se espera de um hospital. Falta equipamentos. Em relação aos profissionais que lá trabalham, alguns não deveriam estar lá, mas sim numa estrebaria, enquanto outros exercem seu labor com bastante competência e respeito aos pacientes. Aqui devo fazer um parentese, recentemente teve profissionais, estes contratados para, paliativamente, minimizar as mazelas do hospital, que pediram desligamento do HEDA por estarem com seus salários atrasados por quase três meses. Ou seja, o profissional é contratado para tentar diminuir os problemas de falta de profissionais para atender à população e não é pago devidamente. Em continuidade, Ano passado foi realizado concurso público para preencher vagas, não só no HEDA, mas em várias instituições da saúde do Estado, mas até a presente data, ainda não foi chamado nenhum concursado. Vários políticos já passaram por lá e NADA! Fazer política é fácil, difícil é resolver com competência. A assistência e o atendimento são precários, falta quase tudo, inclusive condições de trabalho. Mas também faltam médicos (de verdade) que queiram trabalhar, e não apenas "enrolar", que tenham compromisso e respeito com a população e com sua profissão. De exemplos a população está cansada de vivenciar (sofrer) nas mãos de alguns indignos. A administração é precária, entretanto lhes falta também condições. Por fim, um caos. Enquanto o Estado verdadeiramente não tomar providências enérgicas e urgentes a população continuará à mingua sem uma saúde de que tanto necessita.
ResponderExcluirÉ fato. As condições daquela Unidade de Saúde só são comparáveis a um Hospital Campanha. Daqueles instalados em campo de batalha. Mas muitos profissionais, com algumas exceções, se aproveitam da situação para contribuir e piorá-la ainda mais, como se isso fosse possível. Ha algum tempo atras, fui envolvido em um acidente e solicitei socorro ao SAMU, 05 hrs da manhã, em plena Av. São Sebastião, fui informado que o socorro só poderia ser realizado duas horas depois. Felizmente uma pessoa que presenciara a agonia se comprometeu a levar a vítima até o Pronto-socorro. Chegando lá o atendimento felizmente não demorou, foi feito um R-X e em seguida a atendente disse que não havia motivos para internação, eram apenas escoriações simples. Pedi então para falar com o Médico plantonista, disseram não ser possível, pois o mesmo estava dormindo. Hora senhores, exceto por caso de doença, um médico plantonista de uma Unidade do porte do HEDA não pode se dar ao luxo de tirar uma soneca, 06hrs da manhã. Mas o que é pior. Insisti que queria falar com o médico e me dirigi na direção dos aposentos dele, foi quando para minha surpresa o vigia, meu conhecido, me disse, o Dr Luís saiu ontem 08 hrs da noite para jantar e não voltou mais. Fui embora, levando o acidentado. Dois dias depois, como as dores não cessavam, levei o rapaz a uma Clínica particular, por coincidência do irmão do plantonista. Lá foi constatada fratura em duas costelas e uma clavícula quebrada. Dizer o que depois de uma realidade dessas?
ResponderExcluirmolim, molim, essa é a realiadde, só é atendido lá quem chuta o balde, coloca a boca no trombone e dá uma de doido.
ResponderExcluirENQUANTO ESSES SERVIÇOS NÃO FOREM TERCERIZADOS "PROFISSIONAIS DE LIVROS" VÃO CONTINUAR PASSANDO EM CONCURSOS PARA ATENDER MAU A SOCIEDADE...ACHO QUE O GOVERNO NÃO SE PREOCUPA NA FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO, PRINCIPALMENTE DOS MÉDICOS, E SÓ QUEM SOFRE É AGENTE!!!
ResponderExcluirFISCALIZAR OS MÉDICOS E OS DEMAIS SERVIDORES É NECESSÁRIO!!
Fico a pensar como seria minha vida se ainda tivesse ai! talvez morto? não sei responder! mas quero fala uma coisa minha vontade seria que todo pessoal governante olhasse mais para nossa PARNAIBA, como querem que chegue a ser uma cidade com grande estrutura se não tem se quer uma saúde de competência, não me arrependo nem uma pouco de sai da minha cidade natal , resolvi estudar ser alguém na vida para poder volta, mas volta com grande competência e poder de alguma forma ajudar meu estado que esta morrendo nas mãos de grandes lobos gulosos, e corruptos políticos que roubam de um povo pobre e sofredor, Dario, vou sempre lembra de você meu amigo de infância.
ResponderExcluirE os responsáveis por esta barbárie vão continuar impunes?????
ResponderExcluirOs familiares da vítima não vão tomar as providências, como registrar BO, denúncia ao Ministério Público, por exemplo?
ResponderExcluirO jornalismo investigativo vai ficar de braços cruzados fazendo e classificados anúncios?
ResponderExcluirVOLTA LOGO JESUS ...
ResponderExcluirCaro Edson,meus parabéns por vc ter tido coragem de relatar esse triste episódio.Fui uma vez ao HEDA para nunca mais voltar naquele lugar.Alguns funcionários de lá deveriam ficar em casa e não se dá ao trabalho de ir trabalhar,pois eu tenho certeza q eles odeiam o que fazem.Essa é a unica explicação para justificar o péssimo atendimento,a ignorancia,a falta de respeito,a falta de compromisso para com as pessoas e principalmente o tratamento desumano que tratam as pessoas q necessitam do atendimento do HEDA.
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