Travestis vivem rotina de insegurança para conquistar sustento

Imagem: Proparnaiba

Ao percorrer a Avenida Dep. Pinheiro Machado e imediações, é comum ver travestis em algumas esquinas, em pontos estratégicos em busca da realização de programas, esta atividade faz parte do dia-a-dia de muitos. À noite, com a expressiva redução do movimento, começa outro tipo de comércio: o do corpo.

Estas pessoas comercializam seus serviços e disputam espaço em uma das principais avenidas da cidade para atrair clientes e ganhar a vida.
Nem sempre a relação entre profissionais do sexo e fregueses se caracteriza pela harmonia. A prostituta representa fundamentalmente para o freguês uma peça de produção do prazer. Não interessa nessa relação a pessoa da prostituta, suas ideias, apreensões, desejos, mas uma "performance" que foi comprada e deve ser satisfeita.

A família de algumas destas pessoas que vivem da noite, não tem conhecimento do tipo de vida que levam durante a madrugada, como é o caso do travesti conhecido como “Luana”, que relatou que durante o dia trabalha em serviços domésticos, se veste com roupas masculinas por conta do preconceito da família, mas pretende ir para São Paulo em busca de trabalho para realizar procedimentos que deixem seu corpo com traços femininos para que desta forma possa voltar à cidade e se apresentar a família como mulher.

Alexia, outro travesti, disse que há três anos trabalha na madrugada, durante o dia, ela é auxiliar de cozinha. Segundo ela, a rotina é perigosa porque aparecem clientes com personalidades diferentes, alguns agridem verbalmente, outros elogiam. Segundo ela, a “venda do corpo” acontece por dinheiro, porque é desta maneira, que ela consegue suprir algumas necessidades financeiras, como o pagamento do aluguel da casa onde vive.
Ela disse que não sabe o que poderá vir no futuro. E finaliza dizendo que a família também não sabe os tipos de atividade que realiza, nem ao menos que se veste de mulher.

Tacyane Machado e Eudes Rocha/Proparnaiba.com