Geografia do crime versus logística policial

Parnaíba, mesmo sendo considerada a segunda mais importante cidade do estado, ainda carece de elementares equipamentos públicos dentre os quais – eficaz logística de segurança pública.  Ser bela por natureza não basta. Falta-lhe algo primordial – maior qualidade de vida urbana, o que inclui paz e segurança – atributos há tempo inexistentes neste magnífico território litorâneo do Piauí.

O Jornal O DIA, em seu editorial de ontem, 30 de setembro, trouxe o seguinte tema: "Emergência, aguarde". Assunto que trata da precariedade do serviço de chamadas emergenciais da PM-PI – o conhecido disque 190, que disponibiliza apenas 10 cabines de atendimento público a um estado com aproximadamente 224 municípios. E para aqueles que desconhecem tal informação, esclareço que centrais de atendimento e despacho das policias estaduais brasileira estão baseadas em suas respectivas capitais. No caso do Piauí, que mesmo possuindo uma dezena destes centros operacionais da PM alocados em pontos estratégicos do estado, não adianta. Um problema sério, quando se tem de atender populações dispersas por enormes extensões territoriais, pois as informações centralizadas (tanto na capital como em município central de uma região) demandam tempo e autorização para serem repassadas ao exato local, foco da problemática onde se necessita de presença policial.

Ao ler neste blog a matéria intitulada “E agora, Comandante PM, Delegados e PRF”? – Postado por Blog do Pessoa às 07h44min – 30 de setembro de 2011 – cheguei à seguinte conclusão: ora, se a polícia militar que é a detentora de maior contingente policial dentre as forças de segurança do estado, não consegue atender com plena eficiência uma demanda populacional na casa dos três milhões de habitantes, o que dirá das polícias: civil e rodoviária federal e corpo de bombeiros?

Analisei as duas matérias citadas. Tanto a do Jornal O Dia como a do Blog do Pessoa. E, em minha opinião, Parnaíba começa a ver-se assolada por semelhantes crises desta multifacetada violência urbana territorializada país afora. E pior! Próximo dos patamares de regiões metropolitanas.

Hoje, é sabido que a repressão a agentes criminosos tem se tornado cada vez mais complexa, pois em muitas ocasiões há a supremacia de poderes das forças do mal (especialmente: logístico e de inteligência) em detrimento às forças do bem.

Antônio Pereira de Araújo - Geógrafo