Vitor Couto |
Editado em Salvador, pela EDUFBA (Editora da Universidade Federal da UFBA), 2011, 262 páginas, il.
O livro será lançado domingo, 4 de setembro, no SALIPA (Salão do Livro de Parnaíba), no Porto das Barcas, stand móvel da Secretaria de Cultura.
SOBRE O LIVRO
“O Piauí é um abacate chupado pelo bico.” Nos anos 1960, esta frase definia o competitivo modelo econômico piauiense, estruturado na logística e no transporte fluvial ao longo do rio e delta do Parnaíba. A riqueza era escoada até os trapiches e alvarengas, nos embarcadouros naturais de boa tença e calado, em Tutoia e Amarração. A valorização do capital fluía, até ser atingida pela crise do modelo primário-exportador.
A “integração nacional” dos anos 1970 impõe um projeto geopolítico excludente e isola os municípios do delta. Cortado o bico do abacate, a economia piauiense vai sendo sugada pelas suas novas capitais econômicas: Fortaleza e São Luis.
Contrariando outros Estados litorâneos, políticos piauienses não se unem em defesa do porto. Abandonada a navegação, perdem-se vantagens comparativas. Enquanto isso, produtos in natura passam a circular pelo “grande ípsilon”, revelando incalculável perda de empregos, renda e arrecadação. Sem norte, sem porto e sem porte industrial, a economia piauiense se reprimariza, subordinada à dinâmica industrial-portuária-exportadora dos Estados vizinhos. Questão de tempo, o sul do abacate também será sugado pelo canudinho pernambucano de Suape (a ferrovia transnordestina).
Em linguagem acessível, estas e outras questões podem ser lidas nas diversas seções desta obra que é no mínimo instigante. Indispensável instrumento de apoio a trabalhos escolares, a projetos científicos e à formulação de políticas públicas, o livro dá uma visão atualizada do conceito de desenvolvimento.
Além de manifestar sua opinião, o autor divulga diferentes pontos de vista captados em mesa-redonda e entrevistas realizadas com representantes do setor público, do mercado, do terceiro setor, e do mundo acadêmico. Valendo-se da sua experiência como professor de metodologia, estimula a formulação de questões para debate (problematização), de hipóteses e propostas, sempre apoiado na técnica da oralidade.
Vitor de Athayde Couto, 63, é conselheiro do CODES, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia. Professor Titular da UFBA, lidera o Grupo de Pesquisa Agricultura Familiar e Desenvolvimento Territorial, cadastrado no CNPq. Doutor pelas universidades de Paris I (Panthéon-Sorbonne) e de Toulouse (Instituto de Geografia Daniel Faucher), integra o corpo de professores-orientadores dos cursos de doutorado em Geografia, e de doutorado em Difusão do Conhecimento. Leciona também nos cursos de graduação e mestrado em Economia. Coordenou vários projetos de pesquisa e extensão, com apoio do CNPq, Capes, Pronaf, Fapex... inclusive projetos no âmbito do convênio UFBA-UFPI, que deram origem a este livro. Ocupante da cadeira 14 do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, está sempre atento às questões atuais relacionadas com o desenvolvimento do Piauí, seu Estado natal.
Edição Blog do Pessoa
Antigamente o centro de parnaíba tinha calçadas, parecia a europa.. agora.. eu tenho vergonha, e rezo todo dia pra que eu não vire um cadeirante nessa cidade, que no momento é de merda!.
ResponderExcluirSerá às 9h da manhã!
ResponderExcluirUma ótima ferramenta a ser explorada para entender porque o Piauí ainda nao dá certo. Um livro insento que dfaz uma radiografia econômica do Estado. Um bom material para geógrafos, historiadores, economistas dentre outras áreas afins, vale a pena comprar.
ResponderExcluirGrato ao blogueiro pela divulgação. Quero destacar que o livro é uma obra coletiva, onde se encontram várias opiniões, inclusive divergentes. Diferentes pontos de vista foram manifestados por representantes raramente ouvidos, a exemplo dos setores populares. Sem o apoio dos estudantes da Passec (empresa júnior de Economia), o livro nem teria começado. Sou também grato a todos aqueles que participaram da construção do livro. Desejo boa leitura. Deixarei um exemplar nas bibliotecas municipal, do IHGGP, e da UFPI. Cordialmente
ResponderExcluirVitor