O corpo de Maria Eduarda Nunes, de 12 anos, que morreu no acidente com o bonde em Santa Teresa no último sábado, foi cremado nesta sexta-feira no cemitério do Caju. O pai da menina, Orlando Moreira Nunes, foi delegado da Polícia Federal (PF) no Piauí e atuou por quatro anos na Superintendência da PF no estado.
O irmão de Orlando, Luís Nunes, de 45 anos, foi o único que conversou com a imprensa. Além de Orlando e a menina, estavam no bonde a mulher dele, Daniela Dourado, de 40 anos, jornalista da TV Globo, e um outro filho do casal.
- Estamos nos segurando na família e em Deus. O momento agora é de se preocupar com a Daniela, que ainda vai levar alguns meses para se recuperar. Estamos querendo agora o conforto em Deus - disse Luís.
Indagado se a família estava revoltada, o tio de Maria Eduarda respondeu:
- A palavra não é revolta, mas falta de responsabilidade e descaso com as pessoas. Alguém tem que pagar por isso.
Missa em homenagem a condutor
Moradores de Santa Teresa e amigos de Nelson Correa da Silva participaram de uma missa nesta sexta-feira para homenagear o motorneiro que morreu no acidente. A missa, celebrada na capela Religiosas de Maria Imaculada, foi organizada por freiras. A igreja fica na mesma rua do acidente. Nenhum familiar de Nelson esteve na solenidade, mas muitos amigos que trabalhavam com a vítima foram prestar suas homenagens, como o motorneiro Marcos Celestino:
- Nelson era um excelente motorneiro. Era um amigo. Ele se preocupava com o usuário do bondinho e com a vida. Por isso, ele não pulou na hora do acidente. Temos muito orgulho dele - afirmou Celestino, que trabalha há 30 anos dirigindo bondes.
Marcos disse que, mesmo após o acidente, não pensa em desistir da profissão.
- Eu espero continuar dirigindo os bondinhos, mas espero também que as condições mudem - disse.
Inquérito sobre acidente de 2009 revela que empresa que administra bondes sabia de riscos à população
O inquérito de investigação do acidente envolvendo um bonde de Santa Teresa que perdeu o freio e matou uma professora, em 2009, revela que a empresa que administra o serviço já sabia dos riscos que a população corria. De acordo com reportagem do "RJTV", da TV Globo, o documento mostra que o diretor de engenharia da Central Logística, empresa responsável pelos bondes, Fábio Tepedino, afirmou à época que um acidente semelhante com um bonde antigo "teria, certamente, repercussões mais graves".
A perícia feita pela Polícia Civil em 2009 concluiu que o bonde perdeu o feio ao ser atingido pelo táxi. Eles afirmaram que as peças do freio, atingidas na batida, ficavam na parte da frente do veículo e protegidas por uma fina caixa de fibra de vidro, e que por isso a localização era inadequada e totalmente ineficiente para evitar o colapso do sistema de freio.
Fonte e Foto: Globo
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