LEITOR: Missa em Latim

“Missa em Latim” assegurada e garantida aos fiéis que pedem sua
celebração. É o que promulgou hoje o Santo Padre Bento XVI, em nova
instrução aos bispos do mundo inteiro.
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Desde a reforma da liturgia da Missa em 1969, caiu em desuso na Igreja
a milenar forma de celebração aos moldes tradicionais com a utilização
do latim, chamada Missa Tridentina ou Missa de São Pio V. Note-se bem:
caiu em desuso pela igreja moderna, mas nunca foi abolida. Foi o que
expôs o Santo Padre Bento XVI quando, em 07 de julho de 2007,
liberalizou novamente a “Missa em Latim” como sendo uma forma
extraordinária de celebração.
 
No documento de 2007, o Papa esclarecia ao mundo católico muitas
questões acerca do retorno desse uso antigo tornando-o mais acessível
à Igreja universal a riqueza da Liturgia Romana. Porém, muitos bispos
e párocos do mundo inteiro apresentaram muita dificuldade em aplicar a
disciplina vigente, e os fiéis que a solicitavam provaram de grande
resistência naquilo que solicitavam mesmo estando sustentados na
vontade do Santo Padre exposta no documento.
 
Tal situação motivou nova atitude do Papa Bento XVI, através da
Comissão Ecclesia Dei, e neste 13 de maio de 2011, após mais de três
anos da promulgação daquela normativa, foi promulgada uma instrução
para esclarecer a disciplina e exigir a aplicabilidade do documento de
2007.  Transcrevendo alguns trechos, se tem que é ordenamento na
Igreja que ela deva visar, entre outros pontos:
 
- “oferecer a todos os fiéis a Liturgia Romana segundo o Uso Antigo,
considerada como um tesouro precioso a ser conservado;”
- “garantir e assegurar realmente a quantos o pedem o uso da forma
extraordinária”
- “o uso da Liturgia Romana vigente em 1962 é uma faculdade concedida
para o bem dos fiéis e que por conseguinte deve ser interpretada em
sentido favorável aos fiéis, que são os seus principais destinatários;
- “Aos Bispos se pede que ofereçam ao clero a possibilidade de obter
uma preparação adequada às celebrações na forma extraordinária, o que
também vale para os Seminários, onde se deve prover à formação
conveniente dos futuros sacerdotes com o estudo do latim e oferecer,
se as exigências pastorais o sugerirem, a oportunidade de aprender a
forma extraordinária do Rito.”
- “em tais celebrações, os sacerdotes ..., não precisam de nenhuma
permissão especial dos próprios Bispos ou superiores.”
 
Aos poucos a Igreja no Brasil vai assimilando tal ordenamento e
implantando a Missa Tridentina aos fiéis que a pedem. São exemplos de
alguns locais no Brasil onde já se tem reimplantada a celebração na
forma extraordinária:
 
Maceió: Igreja de São Benedito
Candeias-BA: Capela Nossa Senhora da Fé
Fortaleza: Paróquia São João Batista do Tauape
                 Capela Nossa Senhora da Assunção
Brasília: Capela do Instituto Bíblico de Brasília
              Paróquia São Pedro de Alcântara
Vítória-ES: Igreja São Gonçalo
Anápolis-GO: Paróquia Nossa Senhora D`Abadia
                       Fraternidade Arca de Maria - Casa Nossa Senhora
dos Pobres
                       Capela São José da Boa Morte
                       Instituto Nossa Senhora do Rosário
                       Capela Santa Maria das Vitórias
                       Igreja do Santo Calvário
                      Convento Casa Mariana N. Sra. Aparecida
Campo Grande – MS: Igreja Matriz de São Sebastião
                                    Capela Santa Terezinha
Belo Horizonte: Capela do Colégio Monte Calvário
Itajubá –MG: Santuário Nossa Senhora da Agonia
Juiz de Fora: Paróquia São Sebastião
Belém: Capela do Colégio Gentil Bitencourt
Curitiba: Igreja da Ordem
               Paróquia Imaculada Conceição
               Paróquia Divino Espírito Santo
Recife: Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares
Arraial Novo – RJ:  Capela São Sebastião
Bom Jesus do Itabapoana: Paróquia do Senhor Bom Jesus Cruxificado e do
Imaculado Coração De Mariana
Campos dos Goytacazes: Paróquia Pessoal do Imaculado Coração de Nossa
Senhora do Rosário de Fátima
                                        Igreja de Nossa Senhora do Terço
                                        Igreja de São José
                                        Igreja São Geraldo
                                        Igreja Nossa Senhora Aparecida
                                       Capela Santa Teresinha
                                        Venerável Ordem Terceira de
Nossa Senhora do Monte Carmelo
Cardoso Moreira – RJ: Igreja do Imaculado Coração de Maria
Itaperuna: Igreja do Imaculado Coração de Maria
Niterói: Igreja dos Sagrados Corações
              Capela N. Sra. da Conceição
Nova Friburgo: Mosteiro da Santa Cruz Sitio Providência
Nova Iguaçu: Igreja Nossa Sra do Perpétuo Socorro e São Judas Tadeu
                       Capela de São José
                       Capela de São Sebastião
                      Capela de Nossa Senhora de Lourdes
                      Capela São Pio X
Rio de Janeiro: Convento de Santa Teresinha do Menino Jesus
                        Capela São Miguel
                        Igreja Nossa Senhora do Carmo (Antiga Sé)
Santo Antônio de Pádua – RJ: Igreja de Santo Antônio
São Gonçalo: Paróquia de Nossa Senhora Aparecida
                       Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus
Varre Sai: Capela de São José
                 Capela de Nossa Senhora Aparecida
                 Volta Redonda
                 Igreja Nossa Sra do Perpétuo Socorro
Natal: Igreja Nossa Senhora do Rosário
Santa Maria – RS:  Igreja do Imaculado Coração de Maria
                               Capela São Miguel Arcanjo
                               Igreja São José
Atibaia – SP:  Capela Nossa Senhora do Rosário / Mosteiro Carmelita Tradicional
Campinas: Capela Imaculada Conceição de Maria
Franca: Catedral Nossa Senhora da Conceição
Guarulhos: Catedral Nossa Senhora da Conceição - Igreja Matriz de Guarulhos
Jacareí: Capela Nossa Senhora de Fátima
Jaguariúna: Capela de São Francisco
Mococa: Santuário de Adoração Eucarística Nossa Senhora do Rosário
Osasco: Paróquia Senhor do Bonfim
Santos: Capela de Nª. Srª. do Desterro, no Mosteiro de São Bento de Santos
São Bernardo do Campo: Capela de Nossa Senhora de Fátima
São José do Rio Preto: Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Capela São
Faustino e Jovita)
São Paulo; Mosteiro de São Bento
                  Paróquia São Paulo Apóstolo
                  Paróquia São Francisco e Santo Estêvão
                  Paróquia de São Filipe Neri
                 Capela de Santa Luzia e Menino Jesus de Praga
                 Capela Beato Padre Anchieta
                  Paróquia Rainha Santa Isabel de Portugal
                  Igreja Nossa Senhora da Boa Morte
                  Paróquia São Paulo Apóstolo do Belém
                  Taboão da Serra
                  Paróquia Santa Ana
 
ALGUNS ESCLARECIMENTOS CATALOGADOS ACERCA DA “MISSA EM LATIM”:
 
Diferentemente do que possa parecer à sociedade de hoje, não é um
absurdo rezar a Missa em latim. Nem uma nostalgia, nem uma apego
qualquer ao passado. A fundamentação para a utilização do latim tem
mesmo aspectos doutrinários.
São pois alguns argumentos:
 
• O uso padronizado do latim evita alteração dos textos litúrgicos,
fato que muito ocorre quando são traduzidos do original para outras
línguas, como se constata com a fórmula “pro multis” da consagração,
onde a expressão que havia sido traduzida do original como “por
todos”, agora deve ser corrigida para sua significação adequada “por
muitos”.
• A língua de culto é diferente da língua vulgar, para deixar claro
que o ato é para Deus e se refere a Ele; que se trata das coisas de
Deus e não meramente humanas.
• Na Missa sempre foi incluído, até a reforma de Paulo VI, o latim, o
hebraico e o grego. Não são três línguas escolhidas ao acaso. São as
três línguas em que foi escrita a condenação de Cristo na cruz. E a
Santa Missa é esse momento do calvário de Cristo tornado presente aos
nossos olhos.
• uma língua fixa é necessária para manter a integridade e exatidão
dos ritos e da Sagrada Escritura, e ninguém pode negar que a língua
vulgar está em constante mutação enquanto o latim não evolui por ser
uma língua morta.
• A Igreja sendo universal deve celebrar os ofícios públicos numa
língua universal no tempo e no espaço. Isso favorece a participação
dos fiéis quando forem a países de outras línguas. Pois, sabendo
participar da Santa Missa em latim no seu país, saberão participar da
Santa Missa nesse mesmo latim em qualquer país do mundo, tornando-se
desnecessário aprender alemão pra ir a uma Missa na Alemanha, ou
aprender japonês para participar com fruto da Santa Missa no Japão,
por exemplo.
• Não é toda a Missa que é rezada em latim. As partes didáticas - a
Epístola e o Evangelho junto com o sermão - que visam a instrução do
povo, sempre foram ditas em vernáculo, para que o povo compreendesse
mais facilmente o que lhe era ensinado. As demais partes, que visam a
Deus, sempre foram ditas em língua morta, sagrada.
• Não é essencial que o povo entenda cada palavra da Missa, mas sim
que entenda o que é a própria Missa. Muitas vezes se ouve uma música
estrangeira e, mesmo que não se entenda a letra, entende-se sua
melodia e acha-se prazeroso ouvi-la. Basta-nos, então, entendermos a
“melodia” da liturgia da Missa.
• Afirmar que o uso do latim é errado é contrariar os papas que a
Igreja teve, que adotaram e mantiveram o latim como língua a ser usada
na celebração da Santa Missa e como língua oficial da Igreja; No
Concílio Vaticano II, abriu-se uma exceção à regra, mas ao mesmo tempo
se ratificou o latim como sendo a normativa.
• "Que o antigo uso da Língua Latina seja mantido, e onde houver caído
quase em abandono, seja absolutamente restabelecido. Ninguém por afã
de novidade escreva contra o uso da Língua Latina nos sagrados ritos
da Liturgia" (Papa Beato João XXIII, Encíclica Veterum Sapientia)
• A celebração da Missa em Latim, de tal forma que o povo “não
entenda” apresenta um alerta e a aceitação nas consciências de que a
Missa é rezada pra Deus e não para o povo.
 
Para ler a nova instrução completa acesse:
 
http://fratresinunum.com/2011/05/13/instrucao-da-pontificia-comissao-ecclesia-dei-sobre-a-aplicacao-da-carta-apostolica-motu-proprio-data-summorum-pontificum/
 
Por: Claudiomar Ferreira de Medeiros Filho
Teólogo parnaibano, editor do blog www.arenadateologia.blogspot.com