PATRIOTA no meio de Patrimonialistas

Boa tarde prezado Senhor Carlson.

Em conexão aos artigos "Prazeres Malevolentes", de 19/03/2011 às 10:56 e "Bairro Reis Veloso, o nobre pobre", de  21/03/2011 às 09:47, ambos publicados por Blog do Pessoa, sirvo este para que seus leitores possam refletir, tirar a própria conclusão e formar o juízo.

"A cidadania não é atitude passiva, mas ação permanente em favor da comunidade." Este celebre axioma pronunciou o advogado, empresário e ex-presidente brasileiro Tancredo de Almeida Neves (1910 – 1985), cuja causa da sua morte até hoje não foi devidamente esclarecida, existem suspeitas de que tenha levado um tiro por setores radicais das Forças Armadas, que não admitiam a redemocratização.

Ao radicar na Parnaíba em 1997 não pensei o que a sociedade pode fazer por mim, e sim o que eu posso fazer por ela. Não coloquei o trombone na boca exigindo meu direito por um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado, segundo o Artigo 263 da Lei Orgânica do Município. Mas sim, procurei a Prefeitura e firmei a adoção de três canteiros centrais na Avenida São Sebastião por fim de arborizá-los em benefício à sociedade e ao meio ambiente.

Patriotismo é o espírito de solidariedade entre pessoas que têm interesses comuns, constituindo um Estado, e que, ao viver sob MESMAS LEIS, as RESPEITEM com ânimo maior que o ânimo que empregam na defesa de interesses, ambições e avarezas particulares. Estes CIDADÃOS POLICIAM PARA QUE OS BENS PÚBLICOS NÃO SE TORNEM PATRIMÔNIO PARTICULAR. É um sentimento que, ao lado das leis, sustentam a democracia, o estado direito e favorece o desenvolvimento ordenado e pacífico da comunidade.

Toda vez que as pessoas deixam de cumprir as leis, elas enfraquecem o Estado, conseqüente e contraditoriamente sua própria liberdade. Invés ao patriota, os patrimonialistas são caracterizados como pessoas que não possuem distinções entre os limites do público e os limites do privado que mesmo hoje ainda sobrevive dentro da sociedade e no âmbito governamental com o uso e presença do "jeitinho brasileiro" quando, por exemplo, a maioria dos políticos vê o cargo público que ocupam como uma "propriedade privada" sua, ou de sua família, em detrimento dos interesses da coletividade, constata Victor Nunes Leal.

Administradores de caráter patrimonialistas deixam de cumprir as leis que conseqüente contamina a sociedade que também se afasta das leis e dos bons costumes que causa o enfraquecimento do senso moral e social dos habitantes. Este circo vicioso explica a lei da imitação que o adágio latino proclama: "Talis est cívitas, quales sunt príncipum mores" (a cidade é como são os costumes dos governantes).

O economista Sérgio Bessermann analisou que uma sociedade patrimonialista enxerga tudo, absolutamente tudo, como papel do governo.  Segundo o historiador Marco Antônio Villa, ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, "o patrimonialista só vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre os espaços que compartilha com os outros - um claro sinal de atraso."

Este artigo tem como objetivo evidenciar que o caráter de uma sociedade só se descobre na convivência com ela por tempo prolongado. Os fatos nas citadas publicações anteriores, assim como as seguintes imagens obtidas a partir de radicado em 1997 até o corrente ano findam na consideração final:

1). No uso da sinédoque, que admite exceções, NÃO houve um desenvolvimento na  
     moralidade, ordem e limpeza na cidade cônsono ao Código de Postura Municipal de
     Parnaíba, notadamente na nossa adjacência;

2). É evidente e incontestável que os três canteiros centrais na Avenida São Sebastião, 
     que adotamos e arborizamos a partir de 2003, é o único ambiente público que   
     engrandece e embeleza a área circunvizinhança e que se enquadra no artigo nº. 263
     da Lei Orgânica do Município;    

3). A violência contra as árvores criadas, as absorvidas hostilidades verbais, escritas e   
     físicas provindas da sociedade parnaibana e seus representantes (por bem fazer, mal
     haver), assim como a omissão dos órgãos públicos, são sinais da anomalia psíquica  
     ou subdesenvolvimento mental e humano. O fato que esta situação permanece já 14   
     (quatorze) anos induz à hipótese que as instituições governamentais estão falidas ou
     levam vantagem dessa circunstância. Seja por isso que a corrupção, violência e
     desordem, o desrespeito e a impunidade se tornaram genérica? 

Finalizo este artigo com o axioma do filósofo e matemático Platão (348 a.C): "Boas pessoas não precisam de leis para agir responsavelmente, enquanto as pessoas ruins encontrarão um modo de infringir as leis."

Há solução? Claro que sim! Mudar de atitude e eleger representantes de boa índole e fiscalizá-los em suas incumbências!      

Abraço forte, extensivo aos seus familiares e leitores.

Por Josef Anton Daubmeier

Edição Blog do Pessoa